A indústria automóvel europeia atravessa um período de forte incerteza e vários gigantes do setor estão a avançar com planos de reestruturação que poderão afetar cerca de 72 mil trabalhadores em toda a Europa, indicou esta sexta-feira a publicação espanhola ‘El Expansión’.
Entre os fatores que pressionam o setor estão as tensões geopolíticas, as novas regras de emissões na União Europeia, a crescente concorrência das marcas chinesas e o desempenho abaixo do esperado dos veículos elétricos.
Volkswagen lidera cortes
A Volkswagen, maior fabricante automóvel da Europa, já tinha anunciado no ano passado medidas para poupar 10 mil milhões de euros, incluindo o possível encerramento de fábricas na Alemanha. Após negociações com os sindicatos, a empresa optou por manter as unidades abertas, mas avançará com a redução de 35 mil trabalhadores através de saídas voluntárias e reformas antecipadas.
A Audi, marca do grupo, prevê ainda 7.500 cortes até 2029 nas suas fábricas alemãs de Ingolstadt e Neckarsulm, num plano que deverá gerar uma poupança anual de mil milhões de euros.
Volvo e Ford seguem o mesmo caminho
A sueca Volvo Cars, controlada pela chinesa Geely, vai cortar 3.000 postos de trabalho, maioritariamente na Suécia, numa redução global de 15% da força laboral. O objetivo é reorganizar operações, baixar custos e aumentar a rentabilidade, com uma meta de 1,6 mil milhões de euros em poupança.
A Ford também confirmou ajustes na Europa, começando pela fábrica de Colónia, na Alemanha, onde prevê eliminar 1.000 empregos no próximo ano. A decisão surge da procura abaixo das expectativas pelos veículos elétricos, que levará a empresa a reduzir a produção para um único turno.
Fornecedores sob pressão
A crise não afeta apenas os fabricantes. Os fornecedores de componentes também estão a avançar com cortes significativos.
– Schaeffler anunciou no ano passado um plano de 4.700 despedimentos na Europa.
– Bosch, maior produtor mundial de componentes, prevê reduzir cerca de 13.000 trabalhadores da sua divisão de Mobilidade até 2030.
– ZF Friedrichshafen prepara-se para ajustar a sua divisão de propulsão elétrica, com impacto em 7.600 postos de trabalho até ao final da década.














