A Rússia tem capacidades para potencialmente alcançar quase toda a Europa com os seus mais recentes drones Shahed (Geran-2), que agora têm um alcance de cerca de 2.500 quilómetros.
“Após o ataque de drones da Rússia à Polónia com os chamados drones ‘Gerbera’ [feitos de contraplacado e esferovite e frequentemente utilizados como iscos] e o aparecimento de UAVs não identificados sobre aeroportos nas capitais da Noruega e Dinamarca, surge uma pergunta simples: até onde os drones de longo alcance da Rússia podem voar?”, indicou a publicação ‘Defense Express’.
Segundo a Direção Principal de Inteligência da Ucrânia (HUR), o UAV Shahed/Geran-2 tem um alcance estimado de entre 1.100 e 2.500 quilómetros. Para contextualizar, a distância entre Lisboa e Moscovo, em linha reta, é de 3.915 quilómetros.
Segundo a publicação, as bases de lançamento russas existentes em Bryansk e na Crimeia ocupada já poderiam ser usadas para atingir áreas dentro de vários países da NATO: São Petersburgo também foi destacada como área de lançamento altamente vantajosa em termos de logística e alcance na Europa.
No limite inferior do alcance, a Rússia poderia atingir a Escandinávia, os Países Baixos, grande parte da Alemanha e o sul da Itália, enquanto no limite superior quase toda a Europa estaria dentro do alcance — incluindo o Reino Unido, a França, a Itália e até mesmo Madrid — somente Portugal estaria fora de alcance.
O ‘Defense Express’ enfatizou que podem ser criadas novas plataformas de lançamento em poucos meses. Entre os possíveis locais estão a base aérea de Osovtsy, na Bielorrússia, ou a região de Kaliningrado, na Rússia, ambas as quais ampliariam significativamente o alcance de Moscovo.
No entanto, o relatório indicou que esses números representam alcances máximos, com a Rússia frequentemente a usar trajetórias de voo complexas para escapar das defesas aéreas ucranianas, encurtando assim o seu alcance geral.
A análise também apontou para o uso recente de drones “Gerbera de espuma” na Polónia, que expôs brechas nas defesas aéreas orientais da NATO. Uma vez que os drones rompam a linha defensiva inicial, podem então mover-se com relativa liberdade – e derrubá-los é muito mais custoso do que o seu valor de produção. Segundo o jornal ‘Bild’, a NATO gastou pelo menos 1,2 milhões de euros para derrubar três drones russos sobre a Polónia no passado dia 10, usando dois F-35 holandeses e um sistema Patriot alemão.
Os F-35 terão usado mísseis AIM-9 Sidewinder, que custaram mais de 400 mil euros cada, para derrubar drones que custaram apenas alguns milhares de euros.














