Os serviços de Inteligência da Polónia têm suspeitas de que os danos a uma casa após a grande incursão de drones russos, na semana passada, não foram resultado direto de um UAV, mas sim do impacto de um míssil ocidental destacado para tarefas de intercetação.

Os danos no telhado de uma casa em Wyryki, a 15 quilómetros da fronteira com a Bielorrússia, foram a imagem mais palpável do risco à população da zona pela entrada de cerca de 20 drones russos no espaço aéreo polaco, que Varsóvia alega ter sido intencional. No entanto, os especialistas sustentaram que pode não ter sido um drone. “Tudo indica que foi um míssil disparado pela nossa aeronave em defesa da Polónia”, apontou Tomasz Siemoniak, coordenador da agência de Inteligência.

As Forças Armadas da Polónia mobilizaram caças F-16 e F-35 para conter a incursão, como parte de esforços que também envolveram outros países da NATO. O incidente levou a aliança atlântica a ordenar um novo reforço militar no flanco oriental, considerado particularmente ameaçado devido à sua proximidade com a Rússia.

O Reino Unido vai participar em missões de defesa da NATO no espaço aéreo polaco, após a intrusão de drones russos na semana passada, anunciou o Ministério da Defesa. Os caças Typhoon da Força Aérea britânica “vão juntar-se às forças aliadas, nomeadamente as da Dinamarca, França e Alemanha, a fim de reforçar a defesa e a dissuasão da NATO ao longo do seu flanco leste”, indicou o ministério.

A operação denominada “Sentinela de Leste” (Eastern Sentry) sobre a Polónia vai começar “nos próximos dias”, envolvendo os caças europeus, um navio de guerra e sistemas de defesa aérea, juntamente com as defesas aéreas e terrestres existentes.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que “o comportamento imprudente da Rússia é uma ameaça direta à segurança europeia e uma violação do direito internacional, razão pela qual o Reino Unido apoiará os esforços da NATO para reforçar o seu flanco leste”.

O reforço militar não é exclusivo para a Polónia, mas o anúncio foi feito dias após uma invasão do espaço aéreo polaco por drones (veículos aéreos não tripulados) russos, que foram intercetados pela Força Aérea polaca.

A Roménia também alegou que um drone russo violou o seu espaço aéreo no sábado.

Os drones têm sido a principal arma utilizada pela Rússia nos ataques a cidades e infraestruturas energéticas e civis na Ucrânia.

A invasão do espaço aéreo da Polónia por drones russos foi o incidente direto mais sério em Estados-membros da NATO desde o início do conflito na Ucrânia, há mais de três anos.