Atrás de um simples hambúrguer, esconde-se uma poderosa ferramenta económica. É o caso do mítico produto da Mcdonald’s, que fez, desde 1986, a revista ‘The Economist’ publicar o chamado Índice Big Mac, uma comparação informal do poder de compra entre países com base no preço local de um Big Mac.
Este indicador, apresentado em relatórios como o dossier mais recente do ‘Statista’ sobre o McDonald’s, transcendeu as suas origens humorísticas para se tornar uma referência prática para as diferenças económicas e monetárias ao redor do mundo.
O índice – criado como uma forma simples e tangível de ilustrar o conceito de Paridade do Poder de Compra (PPC) – permite ver quanto custa exatamente o mesmo hambúrguer em diferentes países, revelando não apenas variações de preço, mas também distorções cambiais, padrões de vida e políticas económicas. Em princípio, deveria custar o mesmo em todos os países se as taxas de câmbio estivessem equilibradas. E em 2024, a pergunta permanece: onde é mais caro o Big Mac?
O Big Mac funciona como um “produto padrão” porque é vendido em muitos países, mantém características de preparação semelhantes e não requer ingredientes excessivamente exóticos. Embora não seja um indicador oficial, tem sido amplamente citado por economistas, académicos e pelos media para avaliar se as moedas estão supervalorizadas ou subvalorizadas em relação ao dólar americano.
De acordo com os dados mais recentes analisados pelo ‘Statista’, a Suíça é o país onde o Big Mac é mais caro, com um preço médio de 7,99 dólares. Esse valor reflete não apenas os altos custos de mão de obra e de vida no país alpino, mas também a valorização do franco suíço em relação ao dólar.
O ranking global dos preços mais altos inclui:
Suíça – 7,99 dólares
Noruega – 7,3 dólares
Uruguai – 6,91 dólares
Suécia – 6,68 dólares
Estados Unidos – 5,79 dólares.
Os Estados Unidos, país de origem do produto, ocupam o quinto lugar, servindo de referência para analisar se outras moedas estão ou não a valorizar-se.
No outro extremo, encontramos países onde o mesmo hambúrguer custa menos da metade do preço na Suíça. Isso deve-se, em parte, à desvalorização das moedas em relação ao dólar, mas também às diferenças nos custos de produção, salários e políticas tributárias.
Alguns dos países com os preços mais baixos são:
Egito – 1,81 dólares
Índia – 2,45 dólares
Indonésia – 2,64 dólares
África do Sul – 2,80 dólares
Ucrânia – 2,93 dólares.
Esses valores sugerem que, em termos de paridade, as moedas desses países estariam subvalorizadas em relação ao dólar, se o Big Mac for tomado como referência padrão.














