Serviços secretos europeus desmantelam rede de espionagem da Bielorrússia que operava em toda a UE

Serviço de Segurança e Informação checo (BIS) indicou na rede social ‘X’ que identificou, junto com os homólogos da Roménia, Hungria e Moldávia, e removeu uma rede de espionagem que operava na Europa

Francisco Laranjeira
Setembro 10, 2025
14:27

O Serviço de Segurança e Informação checo (BIS) indicou na rede social ‘X’ que identificou, junto com os homólogos da Roménia, Hungria e Moldávia, e removeu uma rede de espionagem que operava na Europa.

De acordo com o BIS, a KGB bielorrussa – a agência de inteligência estrangeira de Minsk – estava ativamente à procura de recrutar agentes e obter informações confidenciais de segurança, tecnologia e militares.

A equipa conjunta das quatro nações — apoiada pela Eurojust, a Agência da União Europeia para a Cooperação em Justiça Criminal — identificou vários agentes e colaboradores da KGB em vários países europeus. O agente mais graduado era um ex-vice-chefe do serviço de inteligência da Moldávia, Alexandru Balan, que é acusado de passar informações confidenciais da Moldávia e da Roménia para a Bielorrússia.

Bălan foi preso sob suspeita de traição pela agência anticrime organizado da Roménia (DIICOT), acusado de trabalhar para a KGB desde o início de 2024. De acordo com o serviço de notícias ‘IPN’ da Moldávia, ele ter-se-á encontrado com oficiais de inteligência bielorrussos em Budapeste em pelo menos duas ocasiões, nas quais acredita-se que passou segredos e recebeu pagamentos pelos seus serviços.

Ao mesmo tempo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rep. Checa informou, esta segunda-feira, que expulsou um oficial de inteligência bielorrusso, que estava a realizar atividades de espionagem em Praga sob cobertura diplomática – tem 72 horas para abandonar o país.

O chefe do BIS, Michael Koudelka, afirmou que a rede de espionagem conseguiu operar amplamente em toda a Europa porque lhes foi concedida livre circulação. “Para combater com sucesso essas atividades hostis na Europa, precisamos restringir a circulação de diplomatas credenciados da Rússia e da Bielorrússia dentro do espaço Schengen.”

O ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, Jan Lipavský, apoiou a afirmação do BIS, afirmando: “Agentes protegidos por privilégios diplomáticos não devem ter livre circulação em toda a Europa. Continuarei a pressionar a nível europeu pelas restrições pertinentes, principalmente contra diplomatas russos.”

A Bielorrússia, sob o comando do seu presidente autoritário Alexander Lukashenko, é estreitamente aliada à Rússia por entre uma relacionamento chamado “Estado da União”. O território bielorrusso foi um ponto de apoio durante a invasão em larga escala da Ucrânia por Moscovo em fevereiro de 2022 e aceitou o posicionamento de mísseis nucleares táticos russos no seu território.

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