Christian Brueckner, principal suspeito no caso de Madeleine McCann, deverá ser libertado esta quarta-feira, data do fim da pena de sete anos de prisão que cumpriu pela violação de uma mulher americana, no Algarve, em 2005.
O alemão arriscou passar mais 56 dias encarcerado, isto devido a uma multa de 2015, a propósito de outros crimes: Brueckner terá sido apanhado a conduzir com uma taxa de alcoolemia acima do permitido e com matrícula falsa – a isto, acrescenta-se uma agressão a uma antiga namorada. Pelo factos, foi multado em 1.690 euros — dos quais faltavam ainda saldar 1.446 euros. Caso não conseguisse pagar este valor, o homem de 48 anos teria de cumprir 56 dias de “pena de prisão substituta”, referiu o jornal alemão ‘Bild’. No entanto, esta pena não será aplicada, devido a uma doação anónima que terá pago a dívida.
Durante o último julgamento, o arguido foi submetido à avaliação de um perito psiquiátrico que concluiu que é de esperar que volte a cometer crimes, em particular crimes sexuais. “Este perigo mantém-se, uma vez que o arguido não recebeu qualquer terapia durante o período de reclusão”, adiantou um procurador do Ministério Público, em declarações à ‘SIC’. Como medida de prevenção, o Ministério Público alemão solicitou ao Tribunal de Comarca de Hildesheim a aplicação de medidas de vigilância, como a pulseira eletrónica.
Christian Brückner recusou ser ouvido pela Polícia Metropolitana de Londres (“Met”), informou esta segunda-feira a força policial. A “Met” anunciou ter enviado uma carta rogatória internacional para interrogar o cidadão germânico de 49 anos, mas o pedido foi rejeitado.
O inspetor-chefe Mark Cranwell declarou que aquela polícia londrina vai continuar a investigação, mesmo sem o depoimento de Brückner. “Durante vários anos colaborámos com os nossos colegas alemães e portugueses para investigar o desaparecimento de Madeleine McCann e ajudar a sua família a perceber o que aconteceu na noite de 3 de maio de 2007, na praia da Luz” (Lagos, Faro), lamentou o detetive britânico.
Sem provas suficientes para uma acusação, o Ministério Público alemão não pode impedir a libertação do suspeito, que negou sempre qualquer ligação ao “caso Maddie”.
No início de junho decorreram buscas na zona da Atalaia, em Lagos, pedidas pelas autoridades alemãs, no âmbito da investigação ao desaparecimento de “Maddie”.
Durante três dias, cerca de 30 inspetores da Polícia Judiciária e igual número de elementos da polícia germânica vasculharam edifícios em ruínas, cisternas e poços abandonados em dezenas de propriedades naquela zona, entre a praia de Porto de Mós e a vila da praia da Luz.
Madeleine McCann desapareceu do apartamento de um aldeamento turístico no qual dormia com os irmãos gémeos, de dois anos, na Luz, em 3 de maio de 2007, enquanto os pais jantavam com amigos, a poucos metros de distância.
Em 2020, a polícia alemã declarou Brückner o principal suspeito do alegado sequestro e suposto assassínio da criança, mas não se formalizaram quaisquer acusações.














