O Kremlin, através dos media russos, garantiu que um triunvirato formado por Andriy Yermak, chefe do gabinete presidencial, Kyrylo Budanov, chefe da inteligência militar, e Valery Zaluzhny, ex-comandante-em-chefe e agora embaixador na Grã-Bretanha, estaria a conspirar com os EUA e o Reino Unido para substituir Volodymyr Zelensky por Zaluzhny como presidente da Ucrânia.
De acordo com a agência noticiosa ‘TASS’, os três terão “supostamente realizado” uma “reunião secreta” recentemente num resort de férias algures nos Alpes. O Serviço de Inteligência Estrangeiro da Rússia (SVR) noticiou a reunião, garantindo que “os americanos e os britânicos anunciaram a sua decisão de propor Zaluzhny para a presidência da Ucrânia. Yermak e Budanov ‘fizeram uma saudação instantânea’, enquanto garantiam aos anglo-saxões a promessa de mantê-los nos seus cargos atuais, bem como de levar os seus interesses em consideração na tomada de decisões sobre outras questões de pessoal”.
De acordo com o SVR, a “conspiração” foi a causa subjacente “da recente tentativa escandalosa do ‘presidente de Kiev’ em restringir os poderes dos mecanismos locais anticorrupção”. Segundo o site de língua inglesa ‘SouthFront Press’, sediado na Crimeia, a medida levou a protestos internos e a uma reação ocidental que “forçou Zelensky a recuar rapidamente. Foi um sinal de pânico no círculo íntimo de Zelensky, as suas perspetivas de reeleição cada vez menores e os receios de um desafio de Zaluzhny”.
O SVR é citado pela agência ‘TASS’ a garantir que Yermak havia “armado” Zelensky, convencendo-o de que a ação não seria um impedimento para o relacionamento de Kiev com os seus parceiros ocidentais, salientando que a decisão criou um pretexto para o Ocidente remover Zelensky pela sua “violação da democracia ucraniana”.
O ‘TASS’ apontou também que publicou os detalhes da reunião para que “os cidadãos da Ucrânia” soubessem que a “eleição de um novo presidente do seu país ocorreu num resort alpino”. “É realmente assim que estavam a imaginar o triunfo da ‘democracia, independência e autodeterminação’ ucraniana com a qual sonhavam há tanto tempo?”
A Direção Principal de Inteligência da Ucrânia (HUR) negou que a reunião tivesse ocorrido ou a existência de qualquer conspiração com os aliados ocidentais de Kiev, avançando que todos os aspetos do relatório do SVR eram falsos e uma operação óbvia de informação psicológica com o objetivo de minar a liderança da Ucrânia.
De acordo com os responsáveis ucranianos, a mentira foi aprovada pelos mais altos níveis dos serviços especiais do Kremlin e “montada pelo serviço de inteligência estrangeira russo” para aumentar a tensão no país, espalhar desconfiança na liderança, desviar a atenção da guerra para as eleições, provocar discórdia e reduzir a capacidade do estado de resistir à invasão em grande escala da Rússia.













