Tudo em suspenso com exames do 9.º ano. Diretores escolares alertam que resultados “têm de chegar hoje”

O atraso está a causar preocupação entre diretores escolares, alunos e encarregados de educação, podendo vir a comprometer a calendarização escolar, caso os resultados não sejam disponibilizados até ao final desta quarta-feira.

Executive Digest
Julho 16, 2025
11:58

As classificações dos exames nacionais de Matemática e Português do 9.º ano, realizados por cerca de 97 mil alunos, ainda não chegaram às escolas, apesar de estarem previstas para terça-feira. O atraso está a causar preocupação entre diretores escolares, alunos e encarregados de educação, podendo vir a comprometer a calendarização escolar, caso os resultados não sejam disponibilizados até ao final desta quarta-feira, alertou Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

Em declarações à CNN Portugal, Filinto Lima confirmou que, até ao momento, nenhuma escola recebeu as classificações. “O Júri Nacional de Exames disse pela segunda vez que era durante o dia de hoje, o dia de hoje já começou bem cedo, vai acabar bem tarde, esperamos que rapidamente cheguem as classificações, porque está a gerar um clima de ansiedade junto dos nossos alunos, junto dos pais e junto das pessoas que querem trabalhar e precisam dessas classificações”, afirmou o responsável.

O presidente da ANDAEP sublinha que há implicações diretas no calendário escolar se o atraso ultrapassar esta quarta-feira. “As matrículas, as segundas fases dos exames e os conselhos de turma só não ficam comprometidos se os resultados chegarem hoje no mais curto espaço de tempo possível”, frisou. Recorde-se que os exames contam 30% da nota final, que só pode ser lançada oficialmente após a reunião do conselho de turma, instância que tem sido sucessivamente adiada devido à falta de dados.

Filinto Lima reconhece que, uma vez chegadas as notas, o processo de lançamento das classificações é “muito simples, muito rápido”, sendo essencialmente administrativo. Contudo, sublinha que o atraso está também a dificultar a preparação do próximo ano letivo, já em curso por parte dos docentes. “Para as escolas isso não é positivo, mas sobretudo para os pais e para os alunos que estão a viver um momento de quererem saber as notas”, afirmou, recordando que a disponibilização dos resultados era esperada para terça-feira, segundo indicação do Júri Nacional de Exames (JNE).

Outro foco de tensão diz respeito às 15 escolas onde os encarregados de educação foram obrigados a decidir previamente se aceitam a nota obtida na primeira fase do exame ou optam por repetir a prova na segunda fase, sem ainda conhecerem os resultados. Questionado sobre essa situação, Filinto Lima considerou tratar-se de uma decisão do JNE e justificou-a como medida de equidade: “Seguramente foi algum constrangimento que sucedeu nessas escolas e o Júri Nacional de Exames entende por bem, a favor da equidade, perguntar aos pais se querem que valha a nota de exame que fizeram na primeira fase ou se querem que o filho faça numa segunda fase essa prova”.

A ausência prolongada de respostas está a alimentar um sentimento generalizado de frustração e ansiedade, não apenas entre os alunos, mas também entre os professores e encarregados de educação, que aguardam por estes dados para dar seguimento a decisões fundamentais no percurso escolar dos jovens. Filinto Lima apelou, por isso, a que o JNE cumpra com a sua obrigação de entregar as classificações às escolas o mais rapidamente possível, de forma a evitar maiores perturbações na reta final do ano letivo.

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