O Chega tornou-se a segunda maior força política portuguesa depois de ter crescido em todos os escalões etários: o partido de André Ventura continua a ser mais forte entre os homens, mas cresceu nas últimas legislativas entre as mulheres. Já o PS perdeu a enorme vantagem que tinha sobre o eleitorado acima dos 65 anos e entre os eleitores com menor grau de escolaridade, ao passo que a AD venceu, com larga margem, entre os que têm rendimentos mais altos e nos eleitores mais escolarizados. Estas são as conclusões do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica, apresentadas esta sexta-feira pelo jornal ‘Público’.
Segundo o estudo, o crescimento de mais de 4,5 pontos percentuais no partido de André Ventura foi motivado pelos abstencionistas nas anteriores eleições: 11% dos eleitores do Chega não foram às urnas em 2024. Entre os abstencionistas de 2024, o Chega recolheu 41% dos votos, a AD 23% e o PS 12%. Foi ainda reforçado entre os eleitores que haviam preferido a AD (10%) e o PS (7%), sendo que ainda foram buscar 1% dos eleitores da CDU.
O peso dos eleitores que repetiram o sentido de voto nestas legislativas é maior entre o PS (81%) e da AD (80%) do que no do Chega (64%). Se se olhar para a origem do voto em cada partido, a Iniciativa Liberal (IL) foi buscar eleitores à AD (27%) e que o Livre apanhou eleitores que em 2024 optaram pelo PS (14%) e Bloco de Esquerda (12%).
Entre as eleições legislativas de 2024 para as de 2025, a AD manteve 80% dos seis eleitores, perdeu 7% para o Chega e 5% para o IL; o Chega manteve 89%, mas perdeu 6% para a AD. Por último, o PS, que manteve 77%, perdendo 7% para a AD e Chega. A IL perdeu 17% para a AD e 7% para o Chega; o Livre viu fugir 17% para os socialistas, ao passo que o PAN perdeu cerca de 10% para cada um dos três partidos mais votados. O Bloco de Esquerda perdeu 18% dos eleitores para o PS e 17% para o Livre.
No que diz respeito a sexo e idades, o Chega voltou a mostrar-se mais forte entre os eleitores masculinos, mas com dificuldades em captar votos entre as mulheres mais novas (18-24) e entre as mais velhas (mais de 65 anos). O PS mantém-se bem representado, e se as eleições tivessem sido apenas femininas, o partido ter-se-ia mantido como a segunda força política em Portugal.














