O antigo médico da Casa Branca, Kevin O’Connor, invocou o direito à Quinta Emenda para evitar responder a perguntas colocadas por membros do Congresso norte-americano, no âmbito de uma investigação sobre um possível encobrimento do alegado declínio cognitivo do ex-presidente Joe Biden.
Kevin O’Connor compareceu esta quarta-feira a uma sessão à porta fechada do Comité de Supervisão e Reforma Governamental da Câmara dos Representantes, mas recusou responder às duas únicas perguntas que lhe foram feitas: se alguma vez foi instruído a mentir sobre o estado de saúde de Biden e se considerava que este estava inapto para o exercício do cargo presidencial. Em ambas, optou por não responder, alegando o direito constitucional contra a autoincriminação, de acordo com o ‘Washington Times’.
“É um momento sem precedentes e lança ainda mais dúvidas sobre se existiu de facto um encobrimento”, afirmou o presidente do Comité, James Comer, republicano do Kentucky. Kevin O’Connor foi intimado depois de inicialmente se recusar a comparecer perante o painel parlamentar.
Do lado democrata, a congressista Jasmine Crockett, do Texas, defendeu a postura do médico, sublinhando que este estaria a cumprir o seu dever de confidencialidade profissional e a proteger a sua licença médica. Crockett, que é também advogada, acusou ainda o Departamento de Justiça da administração Trump de estar a agir de forma “desonesta” na condução da investigação.
Durante a presidência de Biden, Kevin O’Connor foi responsável por relatórios médicos que descreviam um estado de saúde robusto, apesar das crescentes dúvidas públicas sobre a acuidade mental do então presidente. A sua relação próxima com a família Biden, incluindo ligações comerciais com o irmão James Biden, está agora sob escrutínio do comité, que tenta apurar se houve uma tentativa deliberada de ocultar a real condição de saúde de Joe Biden.
