A publicação do Chega nas redes sociais, na qual acusam o Governo de António Costa de ter dado “privilégio no acesso por parte de estrangeiros a vagas na escola portuguesa”, referindo o nome de várias crianças, vai motivar uma queixa dos pais de uma criança de 4 anos visada na publicação.
Não, não me enganei. É mesmo uma lista de alunos de uma escola portuguesa. pic.twitter.com/JtMo8KPerh
— Rita Maria Matias (@ritamariamatias) July 3, 2025
“Vou falar com um advogado para me informar sobre que leis foram quebradas, mas a minha intenção é prestar uma queixa contra a deputada Rita Matias”, indicou o pai de uma das crianças, citado pelo ‘Diário de Notícias’.
Na lista divulgada por Rita Matias, um dos nomes diz respeito a uma criança de 4 anos, cuja família vive em Portugal desde 2019: a menina ainda não é aluna, é candidata a frequentar a escola. O diretor da escola confirmou que não há preferências para alunos imigrantes, ao contrário do apontado pelo Chega. “Senti-me muito triste e com medo, principalmente pela segurança da minha filha”, indicou o pai, lembrando que os “nomes” circulam agora em grupos de extrema-direita.
“Nunca imaginei que isso poderia acontecer com a minha filha. Somos imigrantes e sei que somos um alvo, que podemos sofrer xenofobia, mas nunca imaginei que iria atingir-nos tão diretamente”, lamentou o pai, acusando o Chega de utilizar “crianças para instrumentalizar e espalhar mentiras”.
Também o ministro da Educação, Fernando Alexandre, lamentou “este tipo de declarações”, salientando no entanto “o desafio” colocado por “essa diversidade cultural”. “Para nós, essa diversidade cultural é riqueza e, claro, que coloca desafios”, referiu o ministro. “Temos de criar mais vagas e estamos a fazê-lo.”
“No próximo ano letivo, vamos ter outras tantas. O país está a crescer, está a ter mais crianças e temos de conseguir integrá-las. Temos tomado medidas pela integração dos imigrantes nas escolas portuguesas e o respeito pelo outro, pela diversidade, é absolutamente essencial até no contexto da disciplina de Cidadania”, salientou.














