Turista danifica pintura do século XVIII avaliada em 50 milhões de euros ao tirar selfie

Um turista causou danos num retrato do século XVIII exposto nas Galerias Uffizi, em Florença, ao tropeçar enquanto tentava tirar uma selfie. A pintura, da autoria do mestre barroco italiano Anton Domenico Gabbiani, representa Ferdinando de’ Medici, grão-duque da Toscânia, e remonta ao período entre 1695 e 1700.

Pedro Gonçalves
Junho 24, 2025
13:05

Um turista causou danos num retrato do século XVIII exposto nas Galerias Uffizi, em Florença, ao tropeçar enquanto tentava tirar uma selfie. A pintura, da autoria do mestre barroco italiano Anton Domenico Gabbiani, representa Ferdinando de’ Medici, grão-duque da Toscânia, e remonta ao período entre 1695 e 1700.

O incidente ocorreu quando o visitante perdeu o equilíbrio e caiu sobre a plataforma de segurança que delimita a distância entre o público e a obra, provocando um buraco na tela. A cena foi registada em vídeo e rapidamente divulgada tanto na comunicação social local como nas redes sociais.

A pintura integra a exposição Florença e a Europa: as artes do século XVIII, que se encontra temporariamente encerrada até 2 de Julho, para permitir a reparação do dano. De acordo com um comunicado do museu, os estragos foram considerados ligeiros e a obra deverá regressar à exposição, que continuará patente até 28 de Novembro, conforme inicialmente previsto.

O director das Galerias Uffizi, Simone Verde, criticou duramente o comportamento do turista e a crescente tendência para este tipo de incidentes: “O problema dos visitantes que vêm aos museus para criar memes ou tirar selfies para as redes sociais é galopante: vamos estabelecer limites muito precisos, impedindo comportamentos que não são compatíveis com o espírito das nossas instituições nem com o respeito pelo património cultural”, declarou.

Verde acrescentou ainda que “o turista foi imediatamente identificado e será processado”.

O caso de Florença junta-se a outros episódios recentes de visitantes que, na ânsia de obter a fotografia perfeita, acabam por danificar obras de arte. No Palazzo Maffei, em Verona, um visitante que se sentou numa cadeira ornamentada com cristais, intitulada A cadeira de Van Gogh (2006-2007), da autoria do artista Nicola Bolla, provocou o colapso da peça. Também este momento foi captado por câmaras de vigilância e a ocorrência foi reportada à polícia.

Em Abril deste ano, um quadro do artista americano Mark Rothko foi danificado por uma criança durante um “momento de distração” no Museu Boijmans Van Beuningen, em Roterdão. A pintura abstrata de 1960, intitulada Grey, Orange on Maroon, No. 8, ficou riscada. Segundo o jornal holandês Algemeen Dagblad (AD), a obra poderá valer até 50 milhões de euros.

Com a frequência crescente deste tipo de episódios, os responsáveis dos museus reforçam os alertas para a necessidade de respeitar o património cultural e as normas de comportamento nos espaços expositivos.

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