Google criou novo chip quântico que resolve em 5 minutos uma tarefa que um supercomputador precisaria de um quatrilião de anos

O Google Quantum AI anunciou hoje o lançamento do Willow, que apresenta duas conquistas notáveis: a redução exponencial de erros e a realização de cálculos que “levariam 10 septiliões de anos a completar [quatriliões no sistema europeu, que são equivalente a 10 seguido de 24 zeros].

André Manuel Mendes
Dezembro 9, 2024
17:00

O Google Quantum AI anunciou hoje o lançamento do Willow, o seu mais recente chip quântico, que promete revolucionar o campo da computação quântica. Com um desempenho de última geração em diversas métricas, o Willow apresenta duas conquistas notáveis: a redução exponencial de erros e a realização de cálculos que “levariam 10 septiliões de anos a completar [quatriliões no sistema europeu, que são equivalente a 10 seguido de 24 zeros]”, explica Harmut Neven, cientista e fundador do Laboratório de Inteligência Artificial Quântica do Google.

O maior desafio enfrentado pela computação quântica é a correção de erros, uma vez que os qubits, as unidades de processamento dos computadores quânticos, são altamente suscetíveis a interferências do ambiente. O Willow, no entanto, apresenta uma solução inovadora. Através de um sistema de correção de erros quânticos, o chip consegue reduzir a taxa de erros à medida que aumenta a escala, superando um obstáculo que se arrastava há mais de 30 anos no campo da computação quântica.

Este marco, descrito na publicação recente na Nature, marca um avanço crucial na escala de qubits. O Willow demonstrou que é possível reduzir os erros ao usar grelhas de qubits cada vez maiores (de 3×3 a 7×7), comprovando que, ao aumentar a escala, o sistema se torna progressivamente mais eficiente e robusto.

Além disso, o Willow alcançou um feito impressionante ao realizar um benchmark de amostragem de circuitos aleatórios (RCS) em menos de 5 minutos, tempo que levaria 10 septilhões de anos (um número astronómico, muito superior à idade do Universo) para ser concluído por um dos supercomputadores mais rápidos da atualidade.

O Willow é, assim, a primeira demonstração convincente de um qubit lógico escalável. Com 105 qubits, o chip apresenta o melhor desempenho na correção de erros e na amostragem aleatória de circuitos, posicionando-se como líder na área de computação quântica.

O próximo passo para a equipa do Google Quantum AI é usar o Willow para realizar a primeira computação pós-clássica útil num contexto do mundo real, enfrentando problemas comerciais e científicos que são impossíveis para os computadores tradicionais.

A computação quântica, segundo os especialistas da Google, é vista como um elemento transformador para o futuro, especialmente ao ser combinada com a Inteligência Artificial (IA). A IA avançada, que beneficia da computação quântica, pode acelerar o desenvolvimento de soluções inovadoras em áreas como medicamentos, baterias e novas fontes de energia.

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