Governo quer mudar gestão da água em Portugal: mega plano está em marcha para prevenir cheias e secas

O Governo prepara um plano de ação para mitigar e prevenir os fenómenos de escassez de água e chuvas extremas resultantes das alterações climáticas, avançou esta segunda-feira o jornal ‘Público’. O grupo de trabalho ‘Água que Une’, constituído por despacho conjunto dos ministérios do Ambiente e da Agricultura, começou funções em outubro último e vai apresentar um relatório ao Governo até ao final do ano com propostas de medidas e práticas para uma gestão mais eficaz da água no conjunto do território nacional.

Luís Montenegro anunciou durante o 42º Congresso do PSD a intenção de elaborar “um grande programa de infraestruturas da água, a ‘Água que Une’, que visa transportar, reter e armazenar, com diferentes escalas, este recurso e assegurar para décadas as suas utilizações urbana, agrícola e turística”.

O plano poderá avançar com sugestões de intervenções em infraestruturas públicas – construção de barragens e melhorias no maior número de barragens já existentes, para evitar descargas descontroladas -, mas também provadas, como é o caso das explorações agrícolas. O investimento, de acordo com o jornal diário, já foi avaliado em milhares de milhões de euros. Segundo José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura e Pescas, a concretização da estratégia ‘Água que Une’ vai necessitar de um investimento “brutal”, cujas obras vão ficar a cargo da Águas de Portugal.

O programa ‘Água que Une’ vai ser dividido em três áreas essenciais: agricultura, consumo humano e ambiente. José Manuel Fernandes sublinhou que era preciso “procurar que, quando há água em excesso, em vez de inundações, ela possa ser retirada ou, por exemplo, bombeada para ser armazenada e depois distribuída, protegendo a vida das pessoas”.

O objetivo passa não só por prevenir a escassez de água, mas também o risco associado às cheias. Nesse propósito, há três investimentos “emblemáticos”: a construção da Barragem de Pinhosão, para salvaguardar a zona do Baixo Vouga (em particular a cidade de Águeda), a Barragem de Girabolhos, no rio Mondego (protegendo Coimbra e a futura estação ferroviária de alta velocidade), e uma barragem na ribeira de Alportel (que visa Tavira, cidade com várias zonas inundadas nos últimos dias).






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