WormGPT: o “gémeo mau” do ChatGPT que é usado pelos cibercriminosos para ataques informáticos

A inteligência artificial (IA) tem vindo a transformar de forma significativa as nossas vidas, e o ChatGPT é um dos principais responsáveis por essa revolução. Este chatbot foi o pioneiro ao disponibilizar uma tecnologia avançada de IA de forma gratuita e acessível, o que incentivou outras empresas a desenvolverem e lançarem as suas próprias aplicações baseadas em IA. No entanto, enquanto a IA tem beneficiado milhões de pessoas em diversas áreas, como a escrita de textos, a criação de código ou até mesmo a geração de imagens, ela também tem sido usada de forma maliciosa, tornando-se uma ferramenta útil para os cibercriminosos.

Apesar das plataformas como o ChatGPT apresentarem restrições de uso para impedir abusos – como a criação de conteúdos impróprios ou a instrução sobre atividades ilegais –, essas limitações não são suficientes para evitar que os utilizadores mal-intencionados encontrem alternativas. Um exemplo disso é a recente descoberta do WormGPT, uma plataforma criada para explorar o potencial da IA sem as restrições que caracterizam aplicações como o ChatGPT.

WormGPT: a plataforma sem restrições para cibercriminosos

Denominado pelos especialistas como o “irmão maligno” do ChatGPT, o WormGPT é uma ferramenta desenvolvida para funcionar de forma semelhante a um motor de busca avançado, como o Google, mas com uma diferença crucial: enquanto os motores de busca tradicionais visam fornecer informações úteis e seguras, o WormGPT pode ser usado para acessar conteúdos e orientações perigosas, como a criação de vírus informáticos. A plataforma permite que os utilizadores solicitem informações e ensinamentos sobre atividades ilícitas, incluindo a conceção de malware, sem qualquer tipo de filtro ou restrição.

A principal característica do WormGPT é a sua total ausência de limitações, algo que os criadores da plataforma promovem abertamente. De acordo com a descrição oficial da ferramenta, “WormGPT foi projetado para não ter restrições; você está apenas limitado pela sua imaginação”. Isto significa que os utilizadores têm liberdade para explorar um vasto leque de possibilidades, incluindo aquelas que envolvem atividades ilícitas ou prejudiciais. Para garantir um maior anonimato, os desenvolvedores recomendam que a plataforma seja acessada através do navegador Tor, além de ser usado um serviço de VPN “100% privado” para proteger a identidade dos utilizadores.

Embora o WormGPT seja claramente projetado para facilitar a criação de conteúdos nocivos, os seus criadores tentam afastar a responsabilidade pelos possíveis usos ilegais da plataforma. Na sua página oficial, a empresa responsável pela ferramenta afirma: “Tome nota que não toleramos nem recomendamos atividades criminosas com a ferramenta e estamos direcionados principalmente a investigadores de segurança, para que possam testar e avaliar o malware e ajudar a defender seus sistemas contra possíveis ataques de phishing e malware de IA.” No entanto, a mensagem é contraditória, uma vez que a própria natureza da ferramenta facilita, na prática, o desenvolvimento de atividades ilegais.

Apesar de alegarem que a plataforma se destina apenas a fins legítimos de investigação de segurança, os desenvolvedores deixam claro que “você é totalmente responsável pelos resultados do uso do WormGPT”, desconsiderando a possibilidade de que a ferramenta seja usada para atividades prejudiciais. A empresa também se exime de qualquer responsabilidade sobre o uso indevido da plataforma, afirmando que não se responsabilizam se alguém utilizar o WormGPT para fins ilícitos.

A existência de plataformas como o WormGPT levanta sérias questões sobre a evolução da inteligência artificial e os riscos que ela pode representar para a segurança digital global. A capacidade de a IA ser utilizada para criar software malicioso, como vírus e programas de ransomware, coloca a cibersegurança em alerta máximo, uma vez que os criminosos agora têm ao seu dispor ferramentas mais sofisticadas e acessíveis.

Além disso, a ausência de regulamentação efetiva sobre o uso de IA em contextos como o WormGPT pode dar origem a um aumento significativo de atividades ilícitas online, incluindo ataques a sistemas governamentais, empresas e utilizadores comuns. Este fenómeno evidencia a necessidade urgente de uma maior vigilância sobre o desenvolvimento e uso de tecnologias de IA, de forma a prevenir abusos e garantir que elas sejam usadas exclusivamente para fins positivos e construtivos.

Enquanto plataformas como o ChatGPT estão sujeitas a restrições e monitoramento constante, alternativas como o WormGPT ilustram o lado mais sombrio da inteligência artificial, ao mostrar como a tecnologia pode ser distorcida e usada para fins nefastos. A sociedade, juntamente com os governos e as empresas de tecnologia, deve, portanto, redobrar os esforços para garantir que a IA seja desenvolvida e usada de forma ética e segura, para que benefícios positivos sejam maximizados e os riscos sejam minimizados.

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