Quase metade do mel à venda no mercado europeu é falso, alertam associações

Quase metade do mel à venda no mercado europeu é fraudulento, indica esta segunda-feira a Associação Europeia de Apicultura (EBA), um alerta a que se associou a Federação Nacional dos Apicultores Portugueses. Em comunicado, refere o ‘Jornal de Notícias’, as associações indicaram os riscos de consumo de mel falsificado e o impacto no setor agrícola.

Recorde-se que a Eslovénia apresentou uma proposta de alteração à Diretiva Mel, aprovada pela Comissão Europeia que impõe novas regras na rotulagem – passará a ser obrigatório que todo o mel comercializado na União Europeia indique o país (ou países) de produção. Portugal, Espanha e França já aplicam esta obrigatoriedade. Pretende também a verificação de autenticidade através de uma rede de laboratórios de referência num prazo de três anos, que a EBA considerou excessivo.

“Suspeita-se que a fraude seja feita com xaropes de origem vegetal (arroz ou milho, por exemplo), num processo altamente sofisticado e recorrendo a tecnologia avançada, que dificulta bastante a sua deteção”, acusa a EBA, salientando que este mel falsificado entra no mercado com um preço baixíssimo, “inferior em cerca de 75% do preço do mel pago ao produtor”.

“O setor agrícola não sobreviverá a este tipo de concorrência desleal. Os apicultores europeus estão a perder rendimento ano após ano e as situações de abandono da atividade são já uma realidade”, aponta a EBA, salientando que a quebra na apicultura terá impacto em todo o setor agrícola. A associação apela a medidas com a comercialização do mel falsificado através de protocolos para o controlo e rastreabilidade da qualidade do produto vendido no espaço europeu, apelando aos consumidores que prefiram mel de origem europeia, “de preferência produzidos no próprio país”.






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