Outono arranca este domingo: dia e noite terão exatamente a mesma duração hoje

O outono inicia-se este domingo: também conhecido como equinócio do outono, este é o nome que se utiliza na astronomia para o fenómeno que marca o final do verão e chegada da nova estação, o outono.

O equinócio de outono – marcado para as 13h43 (hora de Lisboa) – assinala o instante em que o Sol, tal como o vemos a partir da Terra, cruza o plano do equador celeste. É o que se verifica em setembro, no hemisfério norte, e em março, no hemisfério sul. Isto significa que hoje o dia e a noite terão exatamente a mesma duração.

Os equinócios ocorrem quando os hemisférios da Terra não estão inclinados em direção ou afastados do Sol. Como resultado, o Sol fica diretamente acima do equador, proporcionando a ambos os hemisférios quase a mesma quantidade de luz solar. Existem dois equinócios por ano — de primavera e de outono. Quando ocorre o equinócio de outono, o hemisfério relevante (o norte em setembro e o sul em março) começa a inclinar-se e a afastar-se do Sol, o que leva a menos horas de luz do dia – o Sol nasce mais tarde e põe-se mais cedo. O hemisfério continuará a inclinar-se até alcançar o ponto mais distante do Sol no solstício de inverno.

O outono do hemisfério norte é o “outono boreal”, enquanto o outono do hemisfério sul chama-se “outono austral”.

Em Portugal, o outono termina a 21 ou 22 de dezembro, dando lugar ao inverno.

E o que esperar para este outono a nível do clima?

As previsões do PIMA para os três meses de outono não são boas – de acordo com as projeções do Copernicus, centro de informação meteorológica europeu, outubro, novembro e dezembro vão ter chuva bem abaixo da norma para este período do ano.

“O que observamos nos modelos é que a precipitação vai estar entre 40 e 50% abaixo da média para o mesmo período até ao final do ano”, salientou Vanda Cabrinha Pires,chefe da Divisão de Clima e Alterações Climáticas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Segundo a climatologista, não quer dizer que não vá chover, mas a água que cair terá “desvios de entre -5 mm e -30 mm abaixo da média”. As regiões mais afetadas são “abaixo do Mondego, em outubro, abaixo do Tejo em novembro e em todo o país em dezembro”, o que deverá motivar cuidados redobrados no mundo rural para evitar nova temporada de incêndios.

As projeções têm margens de incerteza, sendo que as tempestades tropicais ou alterações no posicionamento do anticiclone dos Açores podem provocar alterações aos cenários previstos. “Temos de ter em conta uma incerteza razoável dos modelos, mas olhando para os mapas da previsão de anomalias de temperatura e precipitação do Copernicus, relativos a setembro, já se mostrava aquilo a que estamos a assistir na última semana, com o centro e norte do país a arder, enquanto na Europa central e do norte se assiste a precipitação elevadíssima”, destacou Filipe Duarte Santos, geofísico e presidente do Conselho Nacional para o Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CNADS).

Historicamente, o outono em Portugal é um mês de viragem no que diz respeito à precipitação: no entanto, as alterações climáticas estão a agravar as secas e o risco de incêndio. Em setembro, o país tinha 82% do território continental em seca, com 13,8% de forma severa, indicou o IPMA, com o Algarve e o interior do Alentejo entre os mais afetados. “Estas previsões agravam ainda mais a situação de escassez hídrica no Algarve, que já é bastante difícil”, lembrou Filipe Duarte Santos.

Sem chuva todo o verão, o nível médio das albufeiras algarvias está abaixo de 35%, com as bacias do barlavento a 15% da sua capacidade e as do sotavento a 30%, de acordo com dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)

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