“Esta é a verdadeira Terceira Guerra Mundial”: Zelensky apela a Biden para que autorize uso de armas americanas em solo russo

De acordo com o líder ucraniano, a indecisão da Casa Branca permitiu que as forças do Kremlin se “rissem” da Ucrânia e continuassem a “caçar” ucranianos

Francisco Laranjeira
Maio 31, 2024
11:38

Volodymyr Zelensky criticou, em entrevista aos britânicos ‘The Guardian’, a postura do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em autorizar o uso de armas ocidentais contra alvos em terreno russo. De acordo com o líder ucraniano, a indecisão da Casa Branca permitiu que as forças do Kremlin se “rissem” da Ucrânia e continuassem a “caçar” ucranianos.

“Penso que é absolutamente ilógico ter armas ocidentais e não usá-las contra alvos russos e ver os assassinos, os terroristas, que nos estão a matar do lado russo. Penso que, por vezes, eles estão a rir-se desta situação”, refere Zelensky, que exorta Biden a superar os seus receios sobre uma possível escalada nuclear com Moscovo, sublinhando a necessidade de armas de longo alcance para atingir alvos dentro do território russo, uma linha vermelha que a Casa Branca ainda não autorizou. “Irá aumentar significativamente a nossa capacidade de combater as tentativas russas de atravessar a fronteira em massa.”

Esta quinta-feira, os Estados Unidos deram autorização que algumas armas americanas fossem usadas pela Ucrânia para defender a cidade de Kharkiv: no entanto, Zelensky garante que esta medida não é suficiente – os Estados Unidos precisam de “acreditar mais” na Ucrânia e que a Rússia “não entende nada além da força”. “Não somos o primeiro nem o último alvo”, aponta Zelensky, que compara Putin a Hitler. “Putin não é louco, ele é perigoso, o que é muito mais assustador.”

De acordo com Zelensky, as negociações de paz com a Rússia são irrealistas, pois qualquer acordo seria violado por Putin. Alertando que uma pausa nos combates permitiria que Moscovo se fortalecesse e atacasse novamente, deu uma outra garantia: “Esta é a verdadeira Terceira Guerra Mundial”, acusa, destacando que Putin não pára se vencer na Ucrânia e que vai continuar a tentar reformular as fronteiras europeias, atacando outras nações.

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