Na Bélgica, um país conhecido pela sua complexa estrutura política e divisões regionais, um líder partidário está a gerar polémica a apresentar uma proposta radical: dividir o país de uma vez por todas. Tom Van Grieken, líder do Vlaams Belang, partido de extrema-direita flamenco, está a ganhar tração no cenário político e mediático devido às suas ideias controversas sobre a independência da região flamenga da Bélgica.
A Bélgica, há décadas, tem sido alvo de controvérsias políticas, com divisões linguísticas e culturais entre as regiões flamenga e valona. Van Grieken, numa postura de desafio, expressa a sua convicção de que pode alcançar o que outros líderes apenas sonharam: ganhar as eleições e levar a cabo a separação total do país, sem a necessidade de referendos ou delongas.
“A Bélgica é como se fosse um casamento forçado: ninguém pediu isto”, indicou numa entrevista recente ao Brussels Times.
Embora a Bélgica tenha um histórico de apoio a partidos independentistas, especialmente na Flandres, a realidade é que o movimento separatista não ganhou força significativa. A política belga é muitas vezes descrita como um jogo de ‘escape room’, compara o EL Mundo, onde as habilidades necessárias são mais adequadas para a negociação do que para a ação direta.
Van Grieken é uma figura polémica, conhecido pelas opiniões anti-imigração e críticas à globalização e o seu partido é frequentemente associado a ideias racistas e anti-islâmicas. No entanto, Van Grieken destaca-se como um outsider em um sistema político que valoriza o consenso e o compromisso.
Apesar das declarações incendiárias, é improvável que as propostas de Van Grieken se concretizem – à la Trump. Ele mesmo admite que o seu apoio político se baseia mais na questão da imigração do que na busca da independência flamenga. Ainda assim, as suas palavras e ideias ressoam entre os jovens e estão a atrair a atenção da direita tradicional – como noutros pontos da Europa.














