A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e a Agência Espacial Portuguesa estão a trabalhar num plano para promover a economia espacial na região, tendo já efetuado uma reunião nesse sentido.
“A CCDR-Norte e a Agência Espacial Portuguesa estão a trabalhar na criação de um plano de ação para a promoção da economia espacial no Norte, com o objetivo de promover o desenvolvimento e o uso das tecnologias espaciais na região”, pode ler-se num comunicado hoje enviado às redações pela entidade regional.
Segundo o texto, “a primeira reunião do grupo de acompanhamento deste plano de ação teve lugar na sede da CCDR-Norte, num encontro que contou com a presença, para além da CCDR-Norte e da Agência Espacial Portuguesa, de três universidades, seis entidades do sistema científico e tecnológico, uma associação empresarial e 11 empresas da região”.
De acordo com a entidade presisida por António Cunha, pela primeira vez, à escala regional, “está a ser realizada uma análise detalhada do enquadramento do setor do espaço no âmbito dos domínios prioritários da Estratégia de Especialização Inteligente do Norte (S3 NORTE 2027) e da caraterização do ecossistema empresarial que atua direta e/ou indiretamente no setor espacial”.
“A partir das prioridades regionais, nacionais e europeias e das tendências do mercado espacial identificadas, o plano discutido trata de garantir a definição dos objetivos estratégicos, dos eixos de ação e das áreas prioritárias que podem promover a economia espacial no Norte”, detalha a CCDR.
De acordo com a entidade, “foram identificadas 75 entidades da região Norte que atuam ou têm potencial para atuar no setor espacial”, que em Portugal é “caracterizado por empresas e centros de investigação de pequena dimensão ou onde a área espacial representa uma fração reduzida das atividades”.
Das 75 entidades identificadas, “metade são empresas, representam uma faturação global de 30 milhões de eros e empregam, atualmente, cerca de 420 profissionais”, algo que para a CCDR comprova que o espacial “é um setor emergente e, ainda, com pouca expressão económica ao nível regional e nacional”.
A CCDR Norte e a Agência Espacial Portuguesa identificaram três eixos prioritários de ação com vista à capacitação e crescimento do setor espacial, no caso “Investigação e Desenvolvimento”, “Competitividade e Internacionalização” e “Capacitação de Recursos Humanos”.
O plano de ação visa ainda responder a objetivos estratégicos como a “dinamização de outros mercados não diretamente relacionados com o espaço através da geração, captação e exploração de dados e sinais de satélite (e.g. agricultura, pescas, monitorização de infraestruturas, desenvolvimento urbano, saúde pública)”.
É ainda objetivo “promover a cooperação científica e tecnológica inter-regional e internacional na área do espaço” e “assegurar o desenvolvimento das condições de enquadramento financeiro, institucional, cultural e educativo para impulsionar o setor espacial no Norte”.
Para o presidente da CCDR, António Cunha, “depois do sucesso do lançamento do Aeros MH-1 [satélite português], em março deste ano”, o Norte pretende continuar “o seu caminho de afirmação neste setor”, para que os seus diversos atores se tornem “verdadeiramente competitivos num setor que requer não só um forte investimento financeiro, mas sobretudo investimento no desenvolvimento e capacitação dos recursos humanos”.














