Bruxelas cede a protestos de agricultores e volta atrás com plano para reduzir em 50% o uso de pesticidas
Os protestos de agricultores que se têm verificado um pouco por toda a Europa das últimas semanas parecem estar a ser ouvidos em Bruxelas. Comissão europeia anunciou esta terça-feira um recuo no seu plano de cortar em 50% o uso de pesticidas na Europa.
Ursula von der Leyen anunciou que vai pedir que a proposta seja retirada, uma vez que se tornou “símbolo de polarização”. Neste sentido, a Presidente da Comissão Europeia indicou que o próximo Executivo comunitário poderá preparar um plano “mais maduro”, já com a participação dos agricultores europeus e as conclusões do Plano Estratégico Diálogo com o setor, que começou em janeiro.
“Queremos garantir que os agricultores continuem a ser os protagonistas deste processo”, resumiu Ursula von der Leyen.
A responsável assumiu reconhecer o descontentamento dos agricultores, que saíram para as ruas em protesto, por se terem “sentido encurralados”, e admitiu que “merecem ser ouvidos”.
Ainda assim, Von der Leyen alerta que estes profissionais “também sabem que a agricultura deve evoluir para um modelo de produção mais sustentável para que as suas operações continuem lucrativas nos próximos anos”.
Foi lançado o Diálogo Estratégico sobre o Futuro da Agricultura na UE, em que participarão representantes do sector agrícola, das comunidades rurais, da indústria de sementes e fertilizantes, do sector alimentar, mas também do sector financeiro, do consumidor e grupos ambientais e ciência. Depois dos vários encontros neste âmbito, as recomendações, esperadas para o verão, serão debatidas no Parlamento Europeu e também com os Estados Membros da UE, sendo que depois servirão de base da futura política agrícola dos 27.
“Temos que analisar a situação em conjunto, partilhar ideias e desenvolver cenários para o futuro. Temos de ir além de um debate polarizado e gerar confiança. A confiança é a base fundamental de soluções viáveis”, terminou a presidente da Comissão Europeia.