Urgências sem acesso livres arrancam em três hospitais de Lisboa. Saiba como funcionam

Vai arrancar, como anunciado pela Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), em Lisboa o modelo de urgências sem acesso livre, sendo que os primeiros testes abrangem cuidados obstétricos ou pediátricos, em três hospitais da região de Lisboa.

Segundo adianta a DE-SNS ao Expresso, tratam-se dos hospitais Amadora-Sintra, São Francisco Xavier e Garcia de Orta. Nestas unidades, durante a noite, o atendimento passa apenas a ser assegurado para quem tenha ligado para oSNS24 ou para o INEM e tenha sido referenciado para uma das três urgências.

O condicionamento avançou já nas urgências de obstetrícia/ginecologia. No São Francisco Xavier (HSFX) e Amadora-Sintra, as urgências noturnas (e aos fins de semana, no caso da Amadora) já estão a funcionar com as novas regras em vigor. As portas estão fechadas aos utentes do exterior e apenas para quem chega referenciado, “grávidas com 22 ou mais semanas de gestação e sinais ou sintomas de doença aguda”.

Todas as restantes utentes devem procurar outros hospitais ou aguardar o atendimento durante o dia.

A DE-SNS, adianta que as urgências e blocos de partos sem livre acesso terão de, durante o dia, assegurar consultas abertas do primeiro trimestre de gravidez, de forma a que sejam recebidas as grávidas não referenciadas para receberem cuidados durante a noite.

“Assim, será possível ter uma equipa menor durante o período noturno, porque não terá de ver o que pode ser visto durante o dia”, explica fonte da DE-SNS ao mesmo jornal.

Mesmo nos casos não obstétricos há mudanças na rede de cuidados do SNS em Lisboa: o Hospital de Santa Maria passará a garantir a Urgência Metropolitana de Ginecologia, 24 horas por dia, 365 dias por ano, sendo a “primeira linha de resposta”.

Também se regista a mudança já em vigor da cisão da maternidade partilhada no São Francisco Xavier com o Santa Maria, com os obstetras, enfermeiros e anestesistas deslocados a regressarem ao segundo hospital. Os internos da especialidade e tutores irão, por sua vez, três meses para o Hospital Beatriz Ângelo, permitindo que a urgência obstétrica em Loures funcione sem encerramentos rotativos aos fins de semana.

Trata-se de um projeto-piloto, que será alargado progressivamente, até que se chegue ao objetivo de ter “todas as urgências obstétricas referenciadas à noite, exceto no Santa Maria e na Maternidade Alfredo da Costa”

Já no que respeita às urgências pediátricas em funcionamento á noite, em fevereiro e março haverá condicionamentos no Amadora-Sintra e no Garcia de Orta, em Almada. Com a porta fechada a quem não faça triagem pela linha SNS 24 ou pelo INEM antes, assegura a DE-SNS que os doentes crónicos vão ter o número direto do serviço e serão sempre atendidos.

Por outro lado, continuará a funcionar sem constrangimentos as urgências pediátricas no santa Maria e no Dona Estefânia.

“O modelo de porta fechada é mais ‘agressivo’, mais taxativo, porque quem não estiver referenciado não é, mesmo, observado”, continua fonte da equipa liderada por Fernando Araújo.

A ideia global para as urgências gerais é que quem recorrer a este serviço pelo seu pé possa telefonar para o SNS24 e INEM já no hospital ou ir à triagem, sendo que no caso de pulseiras azuis ou verdes (doentes menos urgentes e nãos urgentes), estes são encaminhados para o médico de família ou outros especialista do hospital.

Outras medidas poderão, entretanto, ainda surgir para além das já alavancadas, uma vez que o modelo de urgências referenciadas está em consulta pública até ao final do mês.

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