Governo não vai ter entradas até às eleições legislativas: António Costa ou Marina Gonçalves devem assumir pasta de Galamba

O Governo não vai registar qualquer entrada mesmo com a saída de João Galamba, ministro das Infraestruturas, e Pedro Licínio, secretário de Estado da Economia: de acordo com a edição desta quarta-feira do ‘Correio da Manhã’, o executivo liderado por António Costa vai manter-se inalterado.

O substituto de João Galamba vai ser encontrado dentro do próprio Governo, sendo que existem duas possibilidades: António Costa assume o cargo ou poderá ser Marina Gonçalves, ministra da Habitação, a ficar com as duas pastas. No caso de Pedro Licínio, o ministro Costa e Silva fica apenas com dois secretários de Estado. O Ministério da Habitação, convém recordar, só foi criado em janeiro último, depois de ter sido separado do das Infraestruturas após a saída de Pedro Nuno Santos do Governo. Devido às mudanças, é necessário a publicação, em ‘Diário da República’, de uma nova lei orgânica, que deverá ser publicada brevemente.

O Governo vai manter-se com os mesmos elementos até março, data em que se vão realizar as eleições legislativas antecipadas.

Recorde-se que João Galamba apresentou a sua demissão na passada segunda-feira, véspera da reunião entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, na qual seria debatido o futuro do polémico ministro. Em comunicado, o ministro indicou que apresentou “o pedido de demissão do cargo de ministro das Infraestruturas ao Senhor Primeiro-Ministro”.

“Apresentei este pedido de demissão após profunda reflexão pessoal e familiar, e por considerar que na minha qualidade de pai e de marido esta decisão é a única possível para assegurar à minha família a tranquilidade e discrição a que inequivocamente têm direito. Em primeiro lugar quero transmitir que apresentei o meu pedido de demissão apesar de entender que não estavam esgotadas as condições políticas de que dispunha para o exercício das minhas funções”, garantiu João Galamba.

João Galamba foi, indiscutivelmente, um dos elementos mais polémicos do Governo socialista e foi constituído arguido no âmbito da ‘Operação Influencer’. A operação da passada terça-feira do Ministério Público assentou em pelo menos 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas para interrogatório: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa.

No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

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