A sustentabilidade não cresce nas árvores

Por Luísa Vasconcelos e Sousa, Country Manager da Swappie em Portugal

A pressão para atingir as metas de neutralidade carbónica europeias não vem apenas dos reguladores ou da crise climática que se faz sentir por todo o planeta, mas também do público que se torna mais exigente com as marcas, empresas e indústrias. É hora de ouvirmos as preocupações dos consumidores e investirmos, realmente, no impacto positivo dos negócios no ambiente.

Vamos reconhecendo alguns esforços nesse sentido, como é o caso das práticas de carbon offsetting que contribuem para compensar as emissões carbónicas de um produto ou serviço, através do investimento em projetos que visam reduzir essa poluição noutros campos. É, sem dúvida, um princípio, e ninguém disse que o caminho pela sustentabilidade seria simples, mas é urgente que as empresas se transformem para reduzir, em toda a sua cadeia de valor, as emissões poluentes para a atmosfera.

Segundo um estudo recente realizado pela consultora Oliver Wyman, 74% dos consumidores da Geração Z estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços sustentáveis, o que nos diz que os consumidores do futuro procuram cada vez mais que as suas escolhas hoje tenham impacto positivo no ambiente amanhã. Assim, é essencial que as marcas se alinhem com as preocupações e exigências do público se se querem manter como players de relevo nos seus setores.

Na mesma linha, desenvolver boas práticas ambientais em todas as frentes permite às empresas impactarem e conquistarem maior apoio por parte do público – o que, no limite, também se reflete nos seus resultados: em 2021, de acordo com um rating da Sustainalytics, as empresas com bons níveis de ESG (critérios de sustentabilidade Ambiental, Social e Governança Corporativa) conseguiram crescer mais 8% face às restantes. Orientadas sob estes princípios de ESG, as organizações devem procurar, continuamente, um investimento sustentável e responsável para impactar ambiente e comunidades.

Na realidade, abraçar práticas sustentáveis está ainda intimamente relacionado com a capacidade de resiliência e inovação das empresas, já que o desenvolvimento de produtos e serviços “amigos” do ambiente também abre novas ideias e oportunidades no mercado. O que serviu até hoje tem de ser reinventado para o amanhã: e o que pode ser melhor do que liderar essa transformação, rumo a um planeta mais sustentável?

Promover a economia circular, educar para escolhas conscientes, optar por materiais sustentáveis, repensar a cadeia produtiva ou investir em Investigação & Desenvolvimento são algumas das práticas que vêm contribuir para o impacto sustentável das organizações.

É preciso um trabalho ativo e constante por parte de todas as entidades para melhorarem o seu impacto positivo no ambiente. As preocupações dos consumidores com a sustentabilidade são crescentes e é na inovação por um ambiente melhor que as empresas podem fazer a diferença e crescer. Quando ganha um, ganham todos – e ganha o planeta.

Ler Mais

Comentários
Loading...