O canal de televisão independente Dozhd foi considerado uma organização indesejável na Rússia, declarou hoje o gabinete do procurador-geral russo, proibindo-o de operar no país.
A determinação expõe os seus jornalistas, funcionários e doadores a possíveis acusações criminais.
O canal Dozhd, que costuma criticar o Kremlin, encerrou as suas operações na Rússia logo após o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, mudando-se primeiro para a Letónia e depois para os Países Baixos.
O gabinete do procurador-geral sublinhou que o canal Dozhd espalhou material extremista e que desacreditava as autoridades russas.
O canal frequentemente ofendia as autoridades com a sua cobertura da oposição política na Rússia e críticas ao Kremlin.
O Dozhd foi removido dos sistemas de televisão a cabo russos em 2014, depois de conduzir uma pesquisa de opinião controversa, perguntando aos telespetadores se acreditavam que a União Soviética deveria ter-se rendido durante o cerco a Leningrado, durante a II Guerra Mundial, para salvar vidas de civis.
Mais tarde, transmitiu programas por assinatura na Internet e no YouTube.
Nos últimos anos, a Rússia tem metodicamente visado pessoas e organizações críticas do Kremlin, rotulando muitos como “agentes estrangeiros” e declarando alguns “indesejáveis” sob uma lei de 2015, que tornou uma ofensa criminal a participação nas organizações “indesejáveis”.
Este ano, declarou a edição europeia do jornal Novaya Gazeta, cujo editor foi laureado com o Prémio Nobel da Paz, como indesejável e também aplicou o mesmo rótulo ao World Wide Fund for Nature (WWF), ao Greenpeace e ao Wild Salmon Center, com sede nos Estados Unidos.














