Os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística não pintam um cenário simpático para Portugal: o salário médio nacional só subiu um euro desde o início do ano, estando estagnado, a precariedade está a aumentar, o desemprego disparou face há um ano e já nem os licenciados escapam.
O Governo, desde o ano passado, tem avançado com várias medidas de apoio à famílias, a nível de IRS e IVA, de redução dos custos da energia, de aumento do salário mínimo, de aumento das pensões, e um pequeno extra para a função pública, com também aumento do subsídio de refeição.
Os privados também tomaram algumas medidas de aumento dos salários à mesma medida da taxa de inflação, mas os esforços não se revelaram frutíferos para contrariar a situação de estagnação salarial.
De acordo com as contas do Diário de Notícias, o salário médio que os trabalhadores por conta de outrem subiu um euro (0,1%), entre os primeiros três meses de 2022 e o mesmo período deste ano, de 1024 para 1025 euros.
O aumento é o mais baixo desde o primeiro trimestre de 2014.
Com a economia está a criar pouco emprego, a situação é agravada pelo facto de o que está a ser criado é para profissões de baixas qualificações, onde os salários são também mais baixos.
O emprego total avançou 0,5 nos primeiros 3 meses deste ano, mas a destruição de lugares em setores que exigem mais qualificações é notória: há redução de 6% nas profissões intelectuais e científicas e de quase 20% no emprego das profissões técnicas. Por outro lado, houve subidas noa trabalhadores dos serviços pessoais de proteção e segurança e vendedores (13%) e nos trabalhadores não qualificados (18%).
Nos licenciados, a destruição de empregos foi acima de 6% e, ainda que existam menos desempregados com diploma do ensino superior do que há um ano, a taxa de desemprego neste grupo aumentou quatro décimas, para 5% da população ativa que concluiu estudos superiores.
De acordo com os dados do INE, a taxa de desemprego voltou a subir nos primeiros três meses deste ano, para 7,2% da população ativa. Valor pior nos últimos anos só no final de 2020, em plena pandemia da Covid-19, quando a taxa atingiu 7,3%.
Em apenas dois trimestres, a taxa de desemprego disparou de 5,8 para 7,2%. Segundo as estimativas, no primeiro trimestre desta ano contavam-se 380,3 mil pessoas sem trabalho em Portugal: um aumento de 23,3% face ao mesmo trimestre de 2022, e de mais 11% quando comparado ao mesmo período de 2022.














