UE acorda novas sanções contra a Rússia: “Estamos determinados em fazer com que o Kremlin pague o preço” pela escalada do conflito

A Comissão Europeia anunciou, esta quarta-feira, um novo pacote de sanções contra a Rússia. O principal objetivo é fazer com que o regime liderado pelo presidente Vladimir Putin seja responsabilizado pela escalada do conflito com a Ucrânia, designadamente através dos referendos que levou a cabo nas regiões ocupadas no país vizinho e que pretende anexar.

“Não aceitamos os referendos fraudulentos nem qualquer tipo de anexação na Ucrânia”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Estamos determinados em fazer com que o Kremlin pague o preço por mais esta escalada.”

Do novo pacote de sanções constam medidas como a inclusão de mais indivíduos e entidades na ‘lista negra’ da União, bem como mais restrições comerciais à Rússia, como novas proibições de mais produtos russos, “privando a economia russa de sete mil milhões de euros em receitas” e de tecnologia para alimentar a indústria militar desse país, e aumentar o número de categorias de produtos europeus que não podem ser exportados para a Rússia.

“Estas novas proibições de exportações enfraquecerão ainda mais a base económica da Rússia e a sua capacidade de modernização”, afirmou Von der Leyen.

Bruxelas propõe também impedir que cidadãos com nacionalidade de algum Estado-membro da UE possa ocupar cargos de topo nos órgãos de administração de empresas detidas pelo Estado russo.

Quanto aos combustíveis fósseis, o executivo comunitário defende a aplicação de um limite máximo ao preço do petróleo russo que é enviado para países terceiros, explicando que “alguns países em desenvolvimento ainda precisam de algum fornecimento de petróleo russo, a preços baixos”.

“Este teto irá ajudar a reduzir as receitas da Rússia e manter estáveis os mercados globais de energia”, apontou Von der Leyen, recordando que a UE já tinha acordado banir o crude russo transportado por via marítima para o bloco a partir de dia 5 de dezembro deste ano.

A par de tudo isso, a Comissão Europeia quer também que seja criado um novo mecanismo que permita identificar os indivíduos que contornem o regime de sanções aplicado pela UE, salientando que tal “terá um enorme efeito dissuasor”.

As propostas do executivo terão agora de ser aprovadas pelos 27 Estados-membros e só poderão entrar em vigor se o coletivo chegar a um acordo por unanimidade.

Sobre as novas sanções propostas, o responsável da diplomacia europeia, Josep Borrell, avançou que Bruxelas quer adicionar mais de 1.300 indivíduos e entidades à lista de visados, incluindo as autoridades instaladas pela Rússia nas regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporíjia, oficiais de topo do Ministério da Defesa, “todos aqueles que apoiam as forças armadas russas” através de equipamento e armas e as pessoas que tenham participado no recrutamento dos 300 mil soldados no âmbito da ordem de mobilização parcial decretada por Putin.

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