Presidente da Comissão Europeia arrisca moção de censura se continuar a enviar fundos para a Polónia. “Iremos retirar o nosso apoio”, avisa grupo de eurodeputados

Três eurodeputados do grupo liberal “Renovar a Europa” acusam o governo polaco de não estar a fazer as necessárias mudanças internas para garantir a proteção do Estado de Direito no país. Por isso, Bruxelas não pode aprovar o plano de apoio à recuperação da Polónia no âmbito da pandemia de Covid-19.

A proposta de moção de censura foi assinada esta segunda-feira, dia 6 de junho, pelos eurodeputados Luis Garicano, vice-presidente do grupo parlamentar europeu, Sophie int’t Veld e Guy Verhofstadt, antigo Primeiro-Ministro belga.

Numa publicação na rede social Twitter, Verhofstadt afirma que “se Ursual von der Leyen continuar a recusar-se a aplicar seriamente a condicionalidade do Estado de Direito, nós retiraremos o nosso apoio [à Comissão]”.

O político eleito pela Bélgica frisa que a moção de censura será apresentada “no momento em que a Comissão transferir os fundos NextGen para a Polónia”, se até lá não o país não realizar as alterações exigidas pelo Tribunal Europeu de Justiça.

Por sua vez, Luis Garicano escreve na mesma plataforma que “a Polónia tem de preencher as condições no que toca à independência da sua justiça, tal como exigido pelo Tribunal Europeu”.

Se o envio dos fundos for concretizado “antes de essas condições serem preenchidas, nós iremos censurar a Comissão”, garante Garicano.

A União Europeia tinha optado por suspender o envio de fundos para a Polónia, por as autoridades nacionais não zelarem pela salvaguarda do Estado de Direito pelo respeito pelas decisões do Tribunal Europeu de Justiça. Contudo, na semana passada, a Comissão Europeia girou nos calcanhares e aprovou o plano de recuperação da Polónia, avaliado em 35,4 mil milhões de dólares.

Para poder chegar a debate, a moção terá que ter o apoio de 10% dos 705 eurodeputados, e para produzir efeitos precisará de uma maioria de dois terços.

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