89% das empresas dizem que as medidas do Governo estão “muito aquém daquilo que é preciso”, revela estudo da CIP

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal realizou esta segunda-feira uma conferência de imprensa digital onde apresentou a atualização do Projeto “Sinais Vitais”.

O inquérito foi realizado de 5 a 15 de setembro e contou com 245 empresas, num universo de 150.000 empresas, das quais 77% são micro empresas, e apenas 6% são grandes empresas. “A repartição da amostra revela maior peso do setor da indústria e energia, com 45%. Os “outros serviços” constituem 27% dos respondentes e o comércio é responsável por 10%”, acrescenta a CIP.

A primeira questão tem a ver com os programas de apoio, em que cerca de 89% das empresas indicaram que as medidas estão muito aquém daquilo que é preciso e “todas elas consideram que ainda falta mais para apoiar as empresas face ao contexto que estão a viver”.

Esta percentagem aumentou face a junho, onde eram 84% das empresas a ter esta opinião. Atualmente, só 11% considera que as medidas estão à altura das dificuldades, valor que recuou face a 16% em Julho.

Por outro lado, 76% das empresas disseram que os processos para aceder a estes acordos são burocráticos e apenas 7% de todos as empresas consideram que são pouco ou nada burocráticos.

No panorama das vendas e prestações de serviços, o inquérito concluiu que 40% das empresas verificou um aumento até ao final de Agosto de 2022, face ao período homólogo de 2019. “Esse aumento foi suportado pelos crescimentos nas grandes, nas médias e nas pequenas empresa. Em sentido menos positivo temos as micro em que 29% das empresas indicam uma redução de vendas neste período”, acrescenta a CIP.

As empresas continuam a indicar que os principais constrangimentos são o aumento de custos, com 61% e, em segundo lugar, com 15%, a escassez da mão de obra.

O indicador de encomendas em carteira, que perspetiva as vendas futuras, indicou que 25% das empresas registam aumentos destas, no entanto há mais empresas cujas carteiras se reduziram, 29%.

O indicador que dá ainda conta de que, em termos de investimento, as expectativas para 2022 melhoraram ligeiramente face ao início do ano, pois 28% das empresas pensa em investir mais do que em 2019.

No que toca às expectativas de futuro próximo, em termos de vendas, há uma evolução menos positiva, e na perspetiva para o quarto trimestre de 2022, há mais empresas a esperar uma redução das vendas, 34%. Em termos de aumentos, 28% menciona que prevê um aumento das vendas no próximo trimestre.

Em termos de previsão da evolução de custos, a expectativa dos empresários, 47% prevê um aumento acentuado da situação de aumento dos preços e 31% prevê um aumento menos acentuado. No geral, 78% das empresas prevê um aumento dos custos.

Antes do anúncio das medidas do Governo, a CIP tentou perceber a opinião dos empresários. Cerca de 79% considerou que seria adequado ou muito adequado reduzir impostos sobre a eletricidade, gás e combustíveis líquidos.

Por outro lado, 59% consideraram muito adequado haver compensação financeira às empresas intensivas em energia.

A medida da redução do IRC também foi mencionada com 86% a indicar muito adequado ou adequado que fosse implementada.

Por fim, “para enfrentar o problema da energia, 89% considera muito adequado e adequado promover um plano de promoção e apoio à instalação de painéis solares nas empresas”, pode ler-se no relatório “Sinais Vitais” de setembro de 2022.

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