Accenture foi atacada por piratas informáticos. Empresa tem uma semana para pagar resgate sob pena de ver dados publicados
A consultora Accenture foi alvo de um ataque informático de ransomware, por parte do grupo de hacking LockBit. A notícia foi avançada pelos alegados autores do crime, na página da organização.
O LockBit ameaça publicar os dados da consultora, quarta-feira, a menos que a empresa pague um resgate. O porta-voz da Accenture nos Estados Unidos, Stacey Jones, confirmou à ‘CNN’ “que tinha havido um acidente informático”, mas não referiu qualquer ataque por ransomware.
“Os nossos sistemas de seguram identificaram algumas atividades irregulares”, explicou Jones, através de um comunicado. A consultora garante que respondeu pontualmente ao ataque e que “isolou os servidores afetados, tendo restaurado todo o sistema”. “Os clientes não foram afetados”, acrescenta a nota de imprensa.
O gangue de ransomware LockBit surgiu pela primeira vez em setembro de 2019.
No ano passado, a Interpol foi obrigada a alertar para o facto de vários piratas utilizarem ransomware deste grupo. A rede ferroviária britânica Merseyrail, e o órgão de comunicação social Press Trust of India, são os membros mais destacados da longa lista de vitimas desta organização.
Este ataque surge meses depois, de outro semelhante, organizado pelo grupo DarkSide, que teve como alvo o sistema de gestão da empresa de gasodutos norte-americana, Colonial Pipeline.
O sistema informático que geria as comportas do oleoduto ficou parado durante dias, após os quais, a empresa conseguiu colocar um segmento de gasolina a funcionar parcialmente, e de forma manual.
O desespero dominou as reuniões da empresa, até que um dia um funcionário da Colonial Pipeline entra no gabinete de Joseph Blount, CEO da gigante americana, com um portátil e apresenta uma mensagem dos hackers: “pague 3,6 milhões de euros de resgate e forneceremos o software necessário para desbloquear os comandos paralisados pelo nosso ransomware“.
Nesse mesmo momento, a mente de Blount transformou o seu modesto escritório numa autêntica sala oval e obrigou-o a pensar como um verdadeiro Chefe de Estado. Foi aí que chegou à conclusão de que ou pagava o resgate ou os EUA iam entrar num colapso em matéria de combustível.
“Não sabíamos quanto tempo o software dos hackers iria demorar a desbloquear o oleoduto, nem sequer se ia funcionar, mas uma coisa tínhamos a certeza, não podíamos abandonar 45% da costa leste e deixar os EUA sem combustível”.
“Eu sei que esta é uma decisão controversa, de tal modo que não a tomei de ânimo leve, mas isto tinha de ser feito, pelo que dei a ordem de pagamento. Acredito que fiz a coisa certa pelo meu país”, explicou o CEO num entrevista exclusiva ao ‘Wall Street Journal’.
Vários documentos do Departamento de Justiça revelam que a task force criada pelo Presidente Joe Biden, com o objetivo de perseguir o rasto das moedas digitais utilizadas para pagar resgates a criminosos e branquear capitais, conseguiu encontrar o destino do dinheiro pago pela Colonial Pipeline e recuperar grande parte deste montante.