A Ryanair está a recrutar. A companhia aérea, que em maio esteve numa guerra de palavras com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, vai avançar com a contratação de dois mil pilotos nos próximos três anos.
Os profissionais recrutados, serão os responsáveis por pilotar as 210 novas aeronaves 737 Max, encomendadas à Boeing.
Segundo a companhia aérea, o pessoal contratado começará a fazer voos de treino já este ano. O objetivo é que os pilotos estejam prontos já no próximo verão, época alta do turismo na Europa.
Um movimento de contraciclo, face à atual situação do mercado
A notícia surge na mesma altura em que várias companhias europeias, como a Deutsche Lufthansa AG, a Air France-KLM e inclusive a TAP, anunciaram uma onda de saídas de trabalhadores.
Na semana passada, a companhia área portuguesa começou o processo de despedimento coletivo de 124 colaboradores, incluindo 35 pilotos.
Este número representa um valor 94% inferior ao que se estimava em fevereiro, já que na altura se chegou mesmo a falar no despedimento de 2 mil trabalhadores, de acordo com a TAP. A 7 de junho, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, chegou a admitir a possibilidade de um despedimento coletivo.
“Esta redução no número de trabalhadores identificados para despedimento coletivo é o resultado de um esforço extraordinário que incluiu a celebração de Acordos Temporários de Emergência com todos os Sindicatos, rescisões por mútuo acordo com compensações financeiras acima do legalmente exigido, bem como candidaturas a vagas disponíveis na Portugália, entre outras medidas”, pode ler-se no comunicado.
No ano passado, no auge da pandemia, a Ryanair cortou o salário a cerca de três mil trabalhadores “de forma a evitar despedimentos”.
Um “duelo de palavras” entre Pedro Nuno Santos e Michael O’Leary
No fim de junho, o presidente da Ryanair, Michael O’Leary, defendeu que o apoio estatal à TAP não é um investimento, mas sim impostos cobrados aos contribuintes “deitados na sanita” da companhia aérea e acusou o ministro Pedro Nuno Santos de dizer “falsidades”.
“[O apoio à TAP] não é um investimento, são impostos deitados na sanita da TAP”, afirmou Michael O’Leary, em conferência de imprensa, refutando o argumento apresentado pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, de que o Estado tem direito a investir na TAP.
“O ministro Santos tem levado a cabo uma campanha para fazer acusações falsas sobre a Ryanair”, disse o responsável da companhia aérea irlandesa.
Por sua vez, o Governante respondeu “à letra, ao CEO da Ryanair e afirmou que o Executivo “não aceita intromissões nem lições de uma companhia aérea estrangeira”.














