As grandes empresas do setor alimentar e bebidas estão a ajustar as suas estratégias em tempo de pandemia, o que explicam porque estão a avançar para a eliminação de marcas que não atendem às suas expectativas, incluindo as que adquiriram anteriormente devido à sua popularidade, até as que tinham aumentos expressivos em número de consumidores e vendas.
A aquisição de marcas de nicho e a criação de novos sabores têm sido uma parte fundamental das estratégias das empresas de alimentos nos últimos anos.
A Coca Cola, por exemplo, confirmou que eliminará cerca de metade das suas marcas para se concentrar apenas nos produtos de melhor desempenho e otimizar suas operações, segundo noticia o ‘Business Insider’.
A decisão da Coca-Cola de cortar cerca de 200 marcas, ou metade de seu portfólio, inclui muitas marcas como Tab, um refrigerante diet que há décadas tem resultados menos bons. A Coca-Cola também quer abrir mão de marcas locais, em diferentes partes do mundo, que revelem vendas limitadas.
Mas a gigante dos refrigerantes não está sozinha neste reposicionamento: outros fabricantes de alimentos e bebidas, incluindo a Nestlé e a Danone, estão a cortar, vender ou livrar-se de outras formas do que acreditam ser marcas de baixo desempenho.
Embora algumas empresas já tivessem dado nota de que pretendiam reduzir os seus portefólios antes da chegada da pandemia da Covid-19, todas admitem que a pandemia as está a forçar a reconsiderar que marcas e produtos individuais valem a pena produzir.
Em muitas partes do mundo, os gastos dos consumidores nos supermercados, e no retalho em geral, permanecem mais altos do que eram antes da pandemia. “E se as empresas mudaram a produção para atender às novas necessidades, muitas também estão a cortar marcas e a investir em produtos que consideram mais adequados ao mundo Covid-19, disse Nick Johnson, analista da Morningstar, ao ‘Business Insider’.
Nestlé
A Nestlé, aquando da recente apresentação dos seus resultados, referentes aos 9 meses deste ano, que ainda está a rever o negócio e espera decidir o que fará no início de 2021. A água engarrafada é uma categoria-chave para a gigante suíça de bens de consumo, mas o CEO Mark Schneider disse, a analistas, que está mais interessado em marcas de água mineral de ponta, como a San Pellegrino, bem como água engarrafada que fornece aos consumidores algum benefício além hidratação, como a Pure Life Plus. Em contraste, o seu negócio de água na América do Norte depende fortemente de rótulos de água simples, como Deer Park e Arrowhead.
Danone
A gigante francesa de laticínios anunciou uma revisão de seus negócios, a 19 de outubro passado, num processo que, segundo avançou o CEO Emmanuel Faber, vai avaliar as marcas que possuem, bem como produtos individuais. Muitos dos clientes de retalho da Danone sofreram quebras nas vendas, frisou Faber, acrescentando que as marcas de nicho também perderam o seu brilho durante a pandemia. Entre as marcas que a Danone poderá abater estão a Horizon & Wallaby, que vende leite orgânico e iogurte, bem como seu negócio de nutrição médica, que vende fórmulas infantis e alimentos embalados para pacientes hospitalares, segundo o analista da Jefferies Martin Deboo.
Mesmo antes de anunciar oficialmente a revisão, a Danone estava a ponderar fazer mudanças no portefólio, destacando-se desde logo a decisão, no início deste mês, de vender sua participação na marca japonesa de iogurte Yakult.
Mondelez
O CEO da Mondelez, Dirk Van de Put, já anunciou que a fabricante de salgados quer cortar 25% dos seus produtos, ainda este ano. No todo, as marcas que planeia cortar representam cerca de 2% das vendas. As reduções começaram como uma medida temporária para manter os produtos de vendas mais rápidas da empresa, que incluem biscoitos Oreo, em stock nos retalhistas, detalhou Van de Put. Mas muitos vão tornar-se permanentes, acrescentou. Os executivos da Mondelez não apontaram itens específicos que já tenham decidido cortar mas indicaram que as reduções se concentram em produtos individuais, não em marcas inteiras, e envolvem itens em todas as suas diferentes zonas geográficas.














