Tem seguro de saúde? Preços devem subir 10% em 2025

Os custos com os seguros de saúde em Portugal devem aumentar 10% em 2025, mantendo-se estáveis face ao ano anterior. Este aumento supera a taxa de inflação projetada de 2% para o país, refletindo uma tendência global de pressões contínuas sobre os seguros de saúde corporativos.

André Manuel Mendes
Novembro 11, 2024
12:11

Os custos com os seguros de saúde em Portugal devem aumentar 10% em 2025, mantendo-se estáveis face ao ano anterior. Este aumento supera a taxa de inflação projetada de 2% para o país, refletindo uma tendência global de pressões contínuas sobre os seguros de saúde corporativos.

O estudo anual da Aon, o “2025 Global Medical Trend Rates Report”, mostra que, em Portugal, os custos dos seguros de saúde estão alinhados com a média mundial, que deverá crescer 10% em 2025. No entanto, o aumento registado no país é superior à média europeia, que é de 8,9%. O estudo aponta para um crescimento moderado do mercado de saúde, com algumas diferenças regionais, com destaque para o Médio Oriente, onde os custos devem aumentar em 15,5%.

O relatório destaca que, apesar da tentativa de mitigação por parte das empresas, os custos com seguros de saúde continuam a crescer devido a diversos fatores, como o envelhecimento da população, doenças crónicas, e a evolução da tecnologia médica, que traz tratamentos mais eficazes, mas também mais dispendiosos. Além disso, a ausência de rastreios clínicos e a falta de práticas preventivas contribuem para o aumento da demanda por tratamentos médicos.

Para João Dias, Health Solutions Manager da Aon Portugal, “O aumento sustentado dos custos com os seguros de saúde é uma realidade que exige que as empresas procurem medidas para mitigar este impacto. As iniciativas de prevenção e bem-estar estão a ganhar cada vez mais espaço no desenvolvimento de programas de assistência ao colaborador, nomeadamente check-ups regulares, programas de nutrição e gestão do stress, entre outras. Além disso, os planos de benefícios flexíveis que as organizações estão a implementar são vistos como uma solução eficaz para controlar os custos e, ao mesmo tempo, oferecer pacotes de benefícios personalizados e mais adequados às necessidades específicas de cada colaborador.”

Entre as coberturas mais procuradas pelos portugueses nos seguros de saúde, destacam-se as de hospitalização, consultas e exames, estomatologia e oftalmologia. As patologias oncológicas e cardiovasculares continuam a ser as principais responsáveis pelo aumento dos custos, uma tendência alinhada com os dados globais.

O estudo da Aon também aponta para uma desaceleração nos aumentos na Europa, que deverá apresentar um crescimento médio de 8,9%, enquanto a América Latina e Caraíbas devem registar uma média de 10,7%. A região da Ásia-Pacífico será a mais impactada, com um aumento previsto de 11,1%.

João Dias conclui que a atualização anual dos preços dos atos médicos pelos prestadores privados e a pressão sobre o Sistema Nacional de Saúde (SNS) têm levado a uma transferência de custos para o sistema privado, que é em grande parte financiado por seguros de saúde. Além disso, os efeitos prolongados da pandemia de Covid-19, como a menor imunidade da população e diagnósticos tardios, continuam a ser um desafio para o sistema de saúde.

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