“Portugal digitalizou depressa, mas sem uma visão de longo prazo”, considera José Ribas

A transformação digital em Portugal continua a avançar, mas menos de metade das pequenas e médias empresas (PME) concluiu processos de digitalização de forma eficaz. Segundo especialistas, a falta de escalabilidade tecnológica está a criar um “bloqueio invisível” que limita o crescimento das empresas.

André Manuel Mendes
Novembro 18, 2025
10:21

A transformação digital em Portugal continua a avançar, mas menos de metade das pequenas e médias empresas (PME) concluiu processos de digitalização de forma eficaz. Segundo especialistas, a falta de escalabilidade tecnológica está a criar um “bloqueio invisível” que limita o crescimento das empresas.

De acordo com o II Observatório da Cloud e das PME 2025, elaborado pela AETICE, 48% das empresas apontam o custo de migração para a cloud como o principal obstáculo, enquanto 38,2% identificam resistência interna à mudança. A IT Insight revela que apenas 16% das PME utiliza inteligência artificial de forma regular, embora 28% a considere uma prioridade para 2025.

“Portugal digitalizou depressa, mas sem uma visão de longo prazo. Muitas empresas mantêm infraestruturas pensadas para outra escala e agora pagam o preço dessa pressa”, explica José Ribas, partner da RSM Business Solutions Portugal.

A disparidade tecnológica é particularmente visível nos setores industrial, logístico e da distribuição, onde a consolidação de dados, integração financeira e controlo operacional continuam dependentes de ferramentas isoladas. Um estudo recente da Intercampus, citado pelo jornal económico ECO, mostra que apenas 45% das PME portuguesas dispõe de faturação eletrónica, evidenciando um fosso estrutural no uso da tecnologia.

“O desafio não passa apenas por adicionar mais software, mas ligar o que já existe. A competitividade portuguesa vai definir-se pela capacidade das empresas para integrar processos, dados e pessoas em tempo real. Isto exige um sistema ERP com soluções que garantam a integração total dos processos entre operações, contabilidade e finanças”, afirma José Ribas.

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