“Os CIO vão continuar a enfrentar grandes desafios em 2026”: Especialistas revelam, o que pode esperar o setor empresarial?

A inferência de inteligência artificial (IA), a evolução do modelo Network-as-a-Service (NaaS 2.0) e o reforço da segurança quântica vão dominar as prioridades dos diretores de sistemas de informação (CIO) em 2026.

André Manuel Mendes
Dezembro 9, 2025
9:58

A inferência de inteligência artificial (IA), a evolução do modelo Network-as-a-Service (NaaS 2.0) e o reforço da segurança quântica vão dominar as prioridades dos diretores de sistemas de informação (CIO) em 2026.

A previsão é da Colt Technology Services, que divulgou as principais tendências que espera ver a moldar o mercado empresarial no próximo ano, baseando-se na análise do mercado, em estudos próprios e no feedback dos clientes para identificar os caminhos que definirão o próximo ciclo tecnológico.

“Os CIO vão continuar a enfrentar grandes desafios em 2026, no esforço de equilibrar programas complexos de transformação empresarial em grande escala, frequentemente centrados na IA, com iniciativas contínuas de redução de custos, num ambiente regulatório que estará em permanente mudança”, refere Buddy Bayer, COO da Colt Technology Services, revelando que: “mas, temos também grandes oportunidades: os programas de IA começam a amadurecer, as infraestruturas digitais oferecem hoje uma capacidade sem precedentes e estamos a assistir à evolução de soluções como o NaaS, que estão a transformar por completo as experiências digitais – um caminho que a Colt lidera para os seus clientes.”

 

IA mais madura e orientada ao retorno

– Maior foco no ROI da IA.
A Colt identifica um ponto de viragem na procura de retorno financeiro dos investimentos em IA. Apesar dos montantes avultados — uma em cada cinco empresas já investe anualmente 750 mil dólares — muitos projetos ainda não geram resultados mensuráveis. Em 2026, a empresa espera que essa discrepância diminua, com a chegada de modelos de avaliação de maturidade e frameworks de ROI mais sofisticados.

– Inferência de IA como motor de decisões.
A inferência de IA deverá transitar da fase experimental para uma integração plena nas infraestruturas empresariais, oferecendo análises e previsões em tempo real. A McKinsey estima que estas operações representem a maioria das cargas de trabalho de IA até 2030. Paralelamente, a Agentic AI deverá começar a automatizar tarefas quotidianas dos consumidores, desde a saúde à gestão doméstica.

– Redes preparadas para cargas de IA.
A expansão das cargas de trabalho de IA coloca exigências inéditas sobre a infraestrutura digital. A Colt destaca o papel crescente das WAN otimizadas para IA, capazes de ajustar tráfego, garantir baixa latência e reforçar a segurança.

– Impacto no tráfego global e na sustentabilidade.
O tráfego transatlântico associado à IA deverá crescer de 8% para 30% até 2035, pressionando as redes globais. Testes de novas tecnologias e parcerias estão a explorar soluções que aumentem desempenho sem agravar o consumo energético.

– IA soberana como prioridade.
Face a regulamentações emergentes e ao aumento da preocupação com a privacidade, a IA Soberana deverá ganhar destaque, com países e empresas a criarem sistemas próprios baseados em dados e infraestruturas locais.

 

NaaS 2.0: da conectividade ao desempenho inteligente

A adoção do Network-as-a-Service continuará a acelerar. Um estudo da Colt com 1.500 CIO mostra que 58% já reforçam a utilização destas soluções devido às exigências da IA. Em 2026, o NaaS evoluirá para uma versão mais inteligente e automatizada — o NaaS 2.0 — orientado para resultados em tempo real, maior autonomia e integração com operações empresariais críticas.

 

Segurança quântica ganha urgência

A aproximação do chamado “Q Day” — momento em que computadores quânticos poderão romper a criptografia tradicional — acelera o investimento em segurança quântica.

A Forrester prevê que, já em 2026, mais de 5% dos orçamentos de TI sejam alocados a este domínio. O mercado pode atingir 10 mil milhões de dólares até 2030.

Tecnologias como criptografia pós-quântica (PQC) e distribuição quântica de chaves (QKD) serão centrais. A Colt planeia testar, já em 2026, a distribuição de chaves quânticas através de satélites em órbita baixa (LEO), reforçando a segurança das comunicações globais e ultrapassando limitações das ligações terrestres.

 

Satélites LEO e computação quântica vão redefinir conectividade

2026 será também um ano de expansão das infraestruturas de satélites LEO, essenciais para cobrir zonas remotas e aumentar a resiliência das comunicações. A Colt e parceiros vão testar novos modelos e tecnologias no espaço e no fundo do mar, com o objetivo de reforçar a segurança das redes globais.

 

Cloud híbrida, multicloud e edge tornam-se padrão

A cloud híbrida e os modelos multicloud consolidam-se como norma em 2026, impulsionados pela necessidade de maior flexibilidade. A expansão da inferência de IA e a exigência de soberania de dados levam a um crescimento acentuado do edge computing, que poderá crescer 33% ao ano até 2033.

A Colt destaca que o edge e a cloud centralizada serão complementares: uma assegura respostas rápidas e proximidade ao utilizador, a outra garante capacidade de computação intensiva.

 

2026: ano de novas regras e mais obrigações de reporte

O próximo ano será igualmente marcado por um reforço regulamentar significativo:

  • AI Act da UE: grande parte das regras entra em vigor a 2 de agosto de 2026.
  • Cyber Resilience Act: obrigações de reporte começam em setembro de 2026.
  • Data Act: requisitos faseados continuam após 2026.
  • ISO/IEC 42001: novo standard global para governação da IA.
  • Regras adicionais surgirão também no Reino Unido, Japão e Singapura.
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