Erguer muros onde os ciberataques não chegam

Por Paulo Montez, cofundador da MOVA Seguros

A evolução tecnológica trouxe uma série de benefícios para as empresas e a sociedade, tendo impulsionado a eficiência, produtividade e expansão de negócios em todo o mundo. Contudo, trouxe também uma nova realidade que contém riscos e ameaças; com a maior regularidade dos ataques cibernéticos, a segurança digital tornou-se uma preocupação permanente para todas as empresas, independentemente da sua dimensão ou setor de atividade.

À medida que a tecnologia avança, também as investidas dos hackers  se tornam cada vez mais sofisticadas. As organizações vêm-se num papel vulnerável, involuntariamente à mercê, quase como personagens num enredo que lhes é desfavorável. Tal como qualquer vilão de uma história, que tende a assumir o controlo a qualquer custo, um ataque deste calibre pode paralisar por completo as atividades de uma empresa, com consequências para lá dos danos financeiros. Disseminação de malware, roubo de informações confidenciais, danos à reputação empresarial e possível perda de confiança por parte dos seus clientes são apenas alguns dos efeitos colaterais que podem ocorrer.

Ainda assim, como dita a história, para cada vilão existe um herói, e é precisamente aqui que entram em cena os seguros ciber-riscos. Com a sua capa digital de proteção, oferecem um antídoto contra os danos e a incerteza. Hoje, esta modalidade de seguros empresariais está desenvolvida de tal forma que já conta com coberturas abrangentes e que incluem a investigação meticulosa do ataque, recuperação de dados, responsabilidade dos danos a terceiros, ou a cobertura de despesas legais.

Como um muro que se ergue contra estas ameaças, as empresas podem contar com a tranquilidade de saber que, em caso de sofrerem uma investida, estão financeiramente amparadas para lidar com as consequências. Uma nota positiva a este respeito é o recente alerta da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões face aos ataques cibernéticos, sobre a proibição do pagamento de resgates aos hackers. Esta cláusula do regime jurídico português desincentiva a extorsão e prática de atividades ilícitas e fomenta maior transparência no setor, algo de que sou fortemente a favor.

A  literacia é, também, uma mais valia na mitigação dos riscos que as empresas enfrentam – deve haver um forte investimento, quiçá em primeiro lugar, na consciencialização dos seus colaboradores para as melhores práticas de segurança digital; não obstante, o nível de proteção empresarial não se deve limitar ao reativo; a meu ver, as empresas devem procurar adotar medidas proativas para fortalecer a sua resiliência digital, nessa estratosfera em constante e exponencial evolução.

Assim, ainda que os ataques cibernéticos possam parecer casos ocasionais, ou situações isoladas,  a melhor forma de proteção é então esta abordagem holística de segurança, com a implementação de controlos de segurança robustos. Entre reviravoltas de heróis e vilões, uma coisa é clara: num mundo onde os ataques cibernéticos são a nova ameaça, os seguros ciber-riscos funcionam como o novo escudo, trazendo uma sensação de segurança num enredo de incertezas.

 

 

 

 

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