Entre desafios e oportunidades, Portugal tem de apostar em inovação para gerar competitividade

Por Antónia Lopes, Business Manager, agap2 Indústria

Num contexto internacional de preocupações económicas, financeiras, ambientais e sociais, torna-se cada vez mais difícil ser-se competitivo. No entanto, entre desafios e oportunidades, Portugal mantem a sua posição de parceiro industrial chave, atraindo em 2024, um investimento direto estrangeiro em Portugal (IDE) de 420 milhões de euros. O stock de IDE na categoria “indústrias, eletricidade, gás e água” tem vindo a aumentar nos últimos cinco anos, representando no fecho de 2024, 14% do stock de IDE (fonte: Banco de Portugal). O nosso país é, atualmente, considerado como atrativo para desenvolvimento industrial.

Portugal precisa de acelerar a sua transição digital. As indústrias que não adotarem soluções tecnológicas inovadoras, em Inteligência Artificial, Automação e Digitalização de processos, correm o risco de se tornarem obsoletas. É imprescindível os trabalhadores adquirirem novos competências, adequados aos desenvolvimentos tecnológicos, e desafiarem a indústria em questões de infraestruturas, cibersegurança e compliance.

Portugal foi um dos pioneiros na transição para a energia verde, dando passos seguros para a estabilidade. Segundo o AICEP, no primeiro semestre de 2024, Portugal ficou na quarta posição de entre os países considerados com maior incorporação renovável na Europa, tendo alcançado o valor de 83,8%. Ficou atrás da Noruega, Áustria e Dinamarca, que obtiveram 98,9%, 85,4% e 83,8% respetivamente. Portugal já investiu muito na sustentabilidade, mas o caminho ainda é longo. É importante as iniciativas multiplicarem-se noutros âmbitos tal como o económico e o social.

O futuro da indústria portuguesa também passa pela internalização das nossas empresas e com a diversificação ainda mais forte do nosso tecido industrial. Por uma parte, a aposta em exportações, parcerias estratégicas e no desenvolvimento de mercados emergentes será determinante para o crescimento da indústria nacional. Por outra parte, a diversificação pode ajudar o país a reduzir a sua vulnerabilidade a crises económicas e a aumentar a sua competitividade no cenário global.

O contributo humano é chave na continuidade de uma indústria forte, cada vez mais responsável, competitiva e sustentável pelo que é urgente a formação académica, mas também profissional reinventar-se. Todos os profissionais portugueses devem beneficiar de apoios à formação continua, flexível e de qualidade. A capacidade de se adaptarem-se as mutações da nossa indústria promete fortalecer a sua qualidade e criatividade, levando a mais perenidade.

Em conclusão, vários desafios e oportunidades estão fazer movimentar a indústria portuguesa. O papel do governo, das empresas e da sociedade será decisivo para que Portugal consiga dar os próximos passos rumo a um futuro que consiga promover uma economia mais robusta e dinâmica.