Dados e estratégia: o combustível para a sua empresa

Por Rui Gorgueira, Chief Operations Officer, BI4ALL

Longe vão os tempos onde o Business Intelligence (BI) significava algo poderoso para as organizações. Uma solução de BI era sinónimo de uma visão microscópica sobre o negócio, sobre os seus produtos e/ou serviços: os mais vendidos, os mais rentáveis, os produtos com potencial de aceitação pelo consumidor… Eram tempos de descoberta!

A evolução tecnológica do conceito para Analytics traz, agarrado a si, conceitos mais recentes como “Real time Analytics”, “Data Lakes”, “Big Data”, “Lake Houses”, onde a velocidade de processamento, a sua disponibilidade, a diversidade de estrutura de dados (ex.: dados não estruturados, como vídeos, redes sociais, áudios) e a proveniência de fontes de dados (ex.: Internet of Things) são, de tal forma complexas e variadas, que a quantidade de dados e a arquitetura tecnológica deixou de ser um obstáculo às organizações e aos seus departamentos de TI. O desafio reside, efetivamente, no tratamento dos dados mais importantes para a organização, isto é, os dados que são verdadeiramente necessários para o negócio.

Perante esta nova abordagem, os dados tornaram-se ainda mais cruciais para a implementação da estratégica das organizações, permitindo tirar um Raio-X imediato sobre o perfil dos clientes e dos custos (incluindo parceiros), de forma a sustentar com maior acuidade qualquer estratégia de desenvolvimento de negócio empresarial.

Não constituindo uma novidade desde há décadas, as estratégias empresariais assentam essencialmente numa visão global dos seus shareholders, no alcance de objetivos comerciais (tangibilidade) e na estratégia do “How To”, de como os atingir, seja por uma diferenciação no mercado, seja por especialização, quer por posicionamento, quer por uma ambição de expansão com a introdução de novos produtos; quer, até, por manutenção de quota de mercado com racionalização de custos.

Qualquer estratégia assenta sobre os dados internos (eficiência de custos, vendas) e os dados externos à organização (comportamentos de consumo, mercado, quotas, entre outros). Na operacionalização de estratégias, estas têm uma dependência muito forte dos dados – são estes que dão corpo em todo o processo. Na preparação da estratégia, o registo do histórico de vendas e de custos permite criar uma baseline (Fase 0), a incorporação da ambição e dos objetivos a atingir (Fase 1) permitirão monitorizar e acompanhar com acuidade, e em tempo real, a conquista desses mesmos objetivos (Fase 2).

Posto isto, sem dúvida que os dados são o combustível mais importante, e mais factual, em todas as fases de implementação da estratégia da sua empresa. Para um gestor, é óbvio que o alcance de objetivos estratégicos não depende, única e exclusivamente, de uma componente objetiva suportada em dados; há toda uma componente humana e motivacional que dá corpo à sua execução, como tal, há um lado subjetivo em torno da realização da estratégia. No entanto, e ainda assim, devem existir mecanismos, também suportados em dados, que deem essa visibilidade e permitam um envolvimento próximo da equipa de gestão, por exemplo através da implementação de dashboards com recurso a grafismos apelativos e modernos, em devices móveis, envolvendo assim todos os níveis de gestão, da intermédia à gestão de topo.

Por último, a comunicação a toda a organização relativa à estratégia e dados, associados com os diferentes níveis de acesso à informação (aplicar segurança de dados), pode ser suportada pelo desenvolvimento de um portal com finalidade corporativa, permitindo um engagement a 360 graus.

Em suma, os dados não são apenas o suporte à tomada de decisão sobre o negócio corrente, mas são cruciais para suportar estratégias empresariais em todas as suas fases no ciclo de vida: desde a sua definição e implementação, permitindo pôr em ação a ambição e estratégia dos shareholders junto das equipas operacionais com a velocidade, abrangência e acuidade alinhadas com a exigência dos seus clientes e dos seus mercados.