O OnlyFans anunciou, esta quarta-feira, que “suspendeu” o plano inicial de banir os conteúdos pornográficos da plataforma. A empresa afirmou no Twitter que já reuniu “as garantias necessárias, para poder continuar a exibir imagens, para adultos”.
“Obrigado a todos por terem feito ouvir a sua voz”. “Já reunimos as garantias necessárias para apoiar a nossa comunidade de criadores, pelo que suspendemos o plano de banir conteúdos explícitos, programado para o dia 1 de outubro”.
“OnlyFans significa inclusão. Continuaremos a ser um lar para todos os criadores”, acrescentou a empresa. A plataforma prometeu avançar com um comunicado oficial nos próximos dias.
O CEO do OnlyFans, Tim Stokely, explicou, esta terça-feira, numa entrevista concedida ao Financial Times (FT), o porquê de a plataforma, que fez fortuna com conteúdos para adultos, ter ordenado que fossem banidas imagens pornográficas do site.
“Não tivemos escolha”, afirma Tim Stokely. “Numa resposta curta, a culpa foi dos bancos, que muitas vezes fundamentam a decisão de não nos ajudarem no risco que envolve a nossa reputação”, defendeu o CEO.
Vários bancos como o JP Morgan, o The Bank of New York Mellon e o Metro Bank recusaram realizar algumas operações financeiras para o OnlyFans, devido ao “cor business” da plataforma. Em 2019 o segundo banco chegou mesmo a recusar fazer “qualquer transferência bancária que estivesse associada a esta empresa”.
Há quatro dias, a plataforma anunciou que, a partir do dia “1 de outubro, serão proibidos conteúdos pornográficos”.
“Para garantir a sustentabilidade a longo prazo da plataforma e continuar a hospedar uma comunidade inclusiva de criadores e fãs, devemos trabalhar por evoluir as nossas diretrizes de conteúdo”, pode ler-se no comunicado publicado pela empresa, com sede no Reino Unido.
O site abre uma exceção para “publicações com nudez, desde que os criadores cumpram e aceitem os padrões de política responsável”. O OnlyFans prometeu avançar mais detalhes sobre este plano “nos próximos dias”.
No ano passado, as empresas de pagamentos, Mastercard e Visa cortaram relações com o rival Pornhub, depois do site ter sido acusado de exibir conteúdos ilegais, como violação e pornografia infantil. Após estas denúncias, aquele que é um dos maiores sites para adultos do mundo, endureceu as políticas de verificação da entidade de criadores de conteúdos.
Pandemia intensificou o consumo de pornografia
Fundada pelo empresário britânico Tim Stokely em 2016, o OnlyFans viu a sua popularidade crescer nos últimos anos, sobretudo graças aos conteúdos para adultos.
Em grande parte dos casos, os “criadores de conteúdo” – principalmente estrelas do mundo da pornografia e do erotismo – criam contas por meio da plataforma da empresa e cobram uma taxa de assinatura dos espectadores (que a empresa chama de “fãs”) que varia entre os quatros euros e os 38 euros por mês. Os criadores de conteúdos ficam com 80% da receita obtida.
Durante a pandemia, a empresa cresceu, tendo arrecadado até novembro de 2020, mais de 300 milhões de euros em receita, um aumento de 540% em relação ao ano anterior, 80% graças só aos clientes norte-americanos.
O número de criadores cresceu cinco vezes mais para 1,6 milhões. O número total de subscritores aumentou mais de 500%, para 82 milhões. Os lucros líquidos da empresa passaram num único ano de 5,2 milhões de euros, para 56 milhões de euros.














