Um dos principais sindicatos da Lufthansa anunciou uma greve, para esta quarta-feira, 27 de julho, dos funcionários de terra da empresa, no contexto de uma disputa salarial, alertando para “atrasos e cancelamentos” num período já tenso para a aviação europeia.
Num comunicado divulgado na segunda-feira, o sindicato Verdi diz ter emitido um pré-aviso de greve para o período das 03:45 (01:45 GMT) de quarta-feira às 06:00 de quinta-feira (04:00 GMT), “para aumentar a pressão” sobre a administração da empresa, reclamando aumentos salariais de 9,5%.
No dia seguinte ao anúncio da greve, a Lufthansa informou, citada pela ‘Reuters’, que iria cancelar mais de mil voos antes da paralisação, numa fase em que famílias em toda a Alemanha vão partir para as suas férias de verão.
A principal companhia aérea alemã cancelou 678 voos no seu hub de Frankfurt, a maioria dos quais programados para esta quarta-feira, e 345 voos em Munique. Vão ser afetados mais de 130 mil passageiros, segundo a Lufthansa.
No total, este verão, a Lufthansa já cancelou cerca de 6.000 voos e o principal aeroporto alemão, de Frankfurt, prevê reduzir o plano de voos de forma a “estabilizar as operações aéreas”, fortemente afetadas pelas partidas para férias.
A greve de hoje na Lufthansa abrange os trabalhadores de terra, nomeadamente da manutenção, mas também os operadores de veículos de reboque de aeronaves, essenciais ao bom funcionamento do aeroporto.
“Haverá muitos cancelamentos e atrasos”, antecipa o sindicato Verdi.
Segundo a dirigente sindical Christine Behle, “a situação nos aeroportos está a deteriorar-se e os funcionários estão cada vez mais pressionados e sobrecarregados devido à grande falta de pessoal, à inflação alta e à ausência de aumentos há três anos”.
Desde o levantamento das restrições sanitárias, no início do ano, as companhias aéreas e os aeroportos têm tido dificuldades em responder ao forte aumento da procura, após dois anos de tráfego reduzido durante os quais o setor perdeu muitos funcionários.
Atualmente faltam mais de 7.000 funcionários no setor da aviação alemão, de acordo com um estudo do instituto económico IW publicado no final de junho.
“Muitos desses funcionários procuraram trabalho noutros ramos” e “agora fazem falta para responder ao aumento da procura”, apontou o estudo.













