Trump volta a criticar Apple por não colaborar com as autoridades

Na rede social Twitter, Donald Trump voltou a criticar a Apple. Em causa está o pedido das autoridades norte-americanas para desbloquear os dois terminais iPhone, protegidos por password, usados pelo suspeito dos disparos na base naval de Pensacola, Flórida, em Dezembro passado.

No seu tweet, o presidente norte-americano escreve que “estamos sempre a ajudar a Apple no comércio e em muitas outras questões, no entanto a empresa recusa-se a desbloquear terminais usados por assassinos, traficantes de droga e outros elementos criminosos violentos. A empresa tem que avançar e ajudar o nosso grande país, AGORA!”

Também o procurador-geral William Barr veio a público dizer que a Apple não forneceu “assistência substancial” para desbloquear os telemóveis do alegado autor dos disparos.

Por sua vez, a Apple já divulgou um comunicado em resposta, onde afirma que forneceu gigabytes de informação às autoridades judiciais envolvidas no caso Pensacola, mas que não vai criar uma “backdoor” ou software especializado para dar acesso elevado a essas mesmas autoridades.

“Rejeitamos a caracterização de que a Apple não forneceu assistência substancial na investigação de Pensacola. As nossas respostas aos seus muitos pedidos desde o ataque foram completas, dadas em tempo útil e continuam a ser trabalhadas”, afirmou a empresa.

Tim Cook, CEO da Apple, tem vindo a desenvolver um relacionamento amigável com Donald Trump na esperança de influenciar o presidente e a sua equipa na guerra das tarifas comerciais, uma vez que a Apple é uma das principais prejudicadas por ter uma linha de montagem na China. Com a chamada “primeira fase” do acordo comercial entre os EUA e a China, a Apple conseguiu evitar em dezembro passado uma tarifa no seu iPhone.

Este não é o primeiro confronto entre a Apple e as autoridades norte-americanas; já em 2016 o Departamento de Justiça intentou uma acção contra a empresa para ter acesso ao terminal de Syed Farook, responsável pelo tiroteio na Califórnia que tirou a vida a 14 pessoas. O impasse só terminou quando o FBI conseguiu que um fornecedor privado, não identificado, violasse a segurança do terminal.

Também nessa altura, Donald Trump em campanha presidencial assumiu publicamente o seu apoio às autoridades judiciais.

Segundo dados disponíveis no seu site, a Apple fornece regularmente informações dos seus servidores para cumprimento da lei sempre que é intimada. Já respondeu a mais de 127.000 pedidos de informação das autoridades desde 2013. Também um responsável do departamento de privacidade da Apple garantiu, no início deste mês, que a empresa tem equipas a trabalhar a tempo inteiro para responder aos pedidos das autoridades.

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