Recorda-se das orbes que liam os dados biométricos da íris em troca de criptomoedas? Empresa está de volta com novo nome
A World, anteriormente conhecida como Worldcoin, revelou uma série de atualizações destinadas a reforçar a proteção da privacidade, combater deepfakes e fraudes online, e escalar a verificação de humanidade a nível global. As novidades foram apresentadas pelos co-fundadores Alex Blania e Sam Altman durante o primeiro evento global exclusivo da empresa.
Recorde-se que , no passado dia 26 de março a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) decidiu suspender, por 90 dias, a recolha de dados realizada pela Worldcoin Foundation, para salvaguardar o direito à proteção de dados pessoais.
Agora, a World apresenta-se com um novo nome e novidades, entre elas:
World Chain: Disponível globalmente, a World Chain é uma blockchain integrada com o passaporte digital World ID, projetada para assegurar que as tecnologias beneficiem primeiro os seres humanos. A partir de 17 de outubro, cerca de 15 milhões de detentores do passaporte World ID e utilizadores da World App já migraram ou estão em processo de migração para a World Chain, a primeira blockchain concebida para priorizar a atividade e transações humanas
World ID 3.0: Esta nova versão do World ID visa disponibilizar credenciais a milhões de pessoas que ainda não realizaram a verificação de humanidade numa Orb. Com uma proteção de privacidade aprimorada, o AMPC (Adaptive Multi-Party Computation) é uma configuração open-source que garante segurança no processamento de dados sensíveis, permitindo a verificação sem a revelação de informações pessoais. A World ID Deep Face, outra inovação, utiliza imagens da Orb e Face Auth para assegurar que os utilizadores estão a comunicar com seres humanos reais, combatendo a crescente ameaça de deepfakes
World App 3.0 com Mini Apps: A plataforma foi totalmente redesenhada para aumentar a sua utilidade e expandir a rede World. Agora, uma super app com mini apps permite a gestão de aplicações de terceiros diretamente na World App, integrando-as anonimamente com a carteira e contactos
Novo Modelo da Orb: O novo modelo da Orb foi atualizado para tornar os processos mais rápidos e eficientes, visando adaptar-se a uma variedade maior de contextos e definições
A proibição de recolher dados biométricos da íris em Portugal já terminou e a empresa que os recolhia, a Worldcoin (agora World), quer retomar a atividade num futuro próximo, mas referiu então que tinha decidido aguardar por aval da Comissão Nacional de Proteção de Dados.
A recolha de imagens digitais da íris em troca de uma compensação em criptomoedas (uma moeda virtual usada na internet) começou há meses em vários países, mas atualmente na União Europeia, o único mercado onde se mantém a recolha de dados da íris é na Alemanha, país onde a Tools for Humanity (TfH) tem um escritório local.
Após o lançamento global em julho de 2023, a autoridade de proteção de dados pessoais no estado alemão da Baviera (BayLDA), a autoridade líder competente responsável pela supervisão da conformidade com Worldcoin, abriu uma investigação cujos resultados ainda não foram publicados.
Em Portugal, a CNPD, seguindo a decisão da congénere espanhola, deliberou em 25 de março suspender por 90 dias a recolha de dados da íris, prazo já terminado, justificando esta decisão com denúncias sobre as condições de recolha dos dados, incluindo de menores, deficiências na informação prestada aos titulares e impossibilidade de apagar os dados ou revogar o consentimento.
A adoção da medida provisória urgente surge na sequência de “largas dezenas de participações” recebidas na CNPD, dando conta da recolha de dados de menores de idade sem a autorização dos pais ou outros representantes legais, bem como de deficiências na informação prestada aos titulares, na impossibilidade de apagar os dados ou revogar o consentimento.