O Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco do Vaticano, registou em 2024 o maior volume de ativos sob gestão em dez anos, atingindo 5,7 mil milhões de euros, e um lucro de 32,8 milhões — um crescimento de cerca de 7% face ao ano anterior.
Sob a supervisão de Jean-Baptiste Douville de Franssu, presidente do IOR, e Gian Franco Mammì, diretor-geral desde 2015, o banco tem procurado consolidar sua reputação após décadas marcadas por escândalos financeiros e investigações criminais, apostando numa gestão ética alinhada aos valores da Igreja Católica, de acordo com a ‘Bloomberg’.
O banco, que oferece serviços financeiros tradicionais e gere investimentos para instituições ligadas à Igreja, utiliza os lucros para pagar dividendos à Santa Sé, que os emprega em atividades religiosas, caridade e despesas administrativas.
Desde a contratação de de Franssu em 2014, o banco adotou reformas significativas, incluindo maior transparência, publicação de relatórios anuais e alinhamento com regulamentos financeiros internacionais, o que resultou no encerramento de milhares de contas e na contratação de grandes bancos de investimento como o Citigroup.
Apesar de o lucro do IOR não ser suficiente para cobrir o défice orçamental da Santa Sé — estimado em cerca de 70 milhões de euros em 2024 —, a instituição dá passos firmes para deixar para trás o passado turbulento e reforçar seu papel financeiro no Vaticano.
O novo Papa Leão XIV, que sucede o Papa Francisco, indicou a intenção de continuar o processo de saneamento do banco, reforçando a imagem de uma instituição moderna e ética, que prova ser possível obter retorno financeiro sem comprometer os valores da fé.
