O que é e como funciona o open banking?
A generalidade da banca nacional já aderiu ao open banking. Isso significa que os clientes de um determinado banco podem usar a respetiva app ou página de homebanking para consultar saldos e movimentos de contas que tenham em bancos concorrentes ou fazer pagamentos a partir daí (para já, sem custos extra), explica a DECO.
Podem ainda obter uma visão geral da sua situação financeira, relativamente a contas à ordem, poupança e até créditos, ficando a saber onde gastaram o seu dinheiro num determinado período.
Nas compras online, o open banking permite efetuar pagamentos de serviços nas páginas das próprias lojas, sem ter de aceder ao homebanking.
Além dos bancos, outros prestadores de serviços não-bancários podem vir a disponibilizar aplicações para o telemóvel com essas funcionalidades. Para já, ainda não operam em Portugal.
Partilha de dados bancários: a decisão é sua
A tecnologia responsável por estas inovações chama-se API (em inglês, Application Programming Interface). Esta permite que os dados de uma conta bancária possam ser acedidos, em tempo real, por outros bancos ou prestadores de serviços de pagamento não-bancários.
Para tal, as instituições precisam da permissão explícita do cliente. Esse consentimento é renovado periodicamente e pode ser anulado quando o consumidor desejar.
Que bancos já aderiram?
Os cinco maiores bancos a operar no País – Banco BPI, Caixa Geral de Depósitos (CGD), Millenium Bcp, Novo Banco e Santander – já comunicam entre si.
O Novo Banco tem uma rede de interligações mais limitada, mas os restantes estão também associados a outros bancos, como o Montepio, o Bankinter, a Caixa Agrícola e o Banco CTT e a outras entidades financeiras, como a Revolut, a Unicre ou a Wizink.
A CGD tem uma app própria – a DABOX – que designa como um “personal trainer” financeiro. Através da informação bancária agregada do cliente, a aplicação orienta-o na gestão do seu dinheiro.
Cuidados a ter no open banking
Interaja apenas com entidades autorizadas
Os prestadores de serviços não-bancários que operam nesta área também estão sujeitos à supervisão do Banco de Portugal. Antes de instalar qualquer app de open banking no telemóvel, confirme na lista do Banco de Portugal se se trata de uma entidade autorizada, seja nacional ou estrangeira.
Os operadores regulados oferecem aos consumidores proteção contra fraudes, o que não acontece com os restantes. Se for vítima de roubo de identidade ou de dados bancários na interação com entidades não autorizadas estará totalmente desprotegido.
Caso depare com uma operação não autorizada, o prestador de serviços de pagamento (o banco ou outro) é responsável por reembolsá-lo, desde que não tenha havido negligência da sua parte (como, por exemplo, ter divulgado os seus códigos de acesso a terceiros). Para tal, reclame junto da entidade em causa ou no Portal do Cliente Bancário. Em caso de utilização fraudulenta, a responsabilidade que lhe é imputável não pode ultrapassar os 50 euros.
Utilize redes seguras
Mesmo com a garantia de segurança da tecnologia por detrás do open banking, nenhum software é 100% seguro. Assim, evite redes públicas para aceder à página ou app do seu banco (ou de outros operadores autorizados) e mantenha os antivírus do smartphone e do computador atualizados.
Esteja atento a esquemas de phishing
É provável que surjam novos esquemas de phishing, ou seja, de roubo de dados, associados ao open banking. Se receber e-mails ou SMS solicitando informação sensível, como senhas de acesso ou outros dados bancários, apague-os de imediato.