Michelin vai fechar duas fábricas em França e despedir 1.250 trabalhadores

A fabricante de pneus Michelin revelou esta terça-feira que pretende fechar duas das suas fábricas em França, o que afetará cerca de 1.250 trabalhadores. Esta decisão surge num momento de crescente pressão sobre o setor automóvel europeu, que enfrenta desafios como altos custos e concorrência de produtos asiáticos a preços mais baixos.

Com 135 anos de história, a Michelin irá encerrar as atividades nas unidades de Cholet e Vannes, localizadas no oeste de França.

“A Michelin anunciou hoje aos 1.254 funcionários das fábricas de Cholet e Vannes a sua intenção de encerrar a produção até ao início de 2026, o mais tardar. Ambas as fábricas enfrentam graves dificuldades económicas há vários anos”, escrevem em comunicado.

A fabricante acrescenta ainda que, “consciente das consequências desta decisão, a prioridade do Grupo passa agora por prestar apoio individual a cada um dos colaboradores afetados, para os ajudar a construir um novo futuro para a sua carreira”.

A Michelin tomou a decisão de interromper a produção em ambas as fábricas até 11 de novembro para dar tempo à administração e aos sindicatos para proporem discussões coletivas e individuais com os funcionários.

O anúncio coincide com alertas de sindicatos da Volkswagen, a maior fabricante de automóveis da Europa, sobre possíveis encerramentos, bem como preocupações similares da Stellantis, fabricante da Peugeot, que também sinalizou uma diminuição significativa nos lucros.

As fábricas de Cholet, que se dedicam à produção de pneus para camiões leves, e de Vannes, especializada em estruturas de pneus, já estavam sob risco, uma vez que os sindicatos tinham alertado para o possível encerramento. Recentemente, os trabalhadores da unidade de Cholet votaram a favor de uma greve em protesto contra as decisões da empresa.

A Michelin emprega cerca de 15.000 pessoas em França, e já havia anunciado o encerramento de duas fábricas na Alemanha no ano passado e, no mês passado, reviu as suas previsões de lucro anual devido a uma desaceleração acentuada no mercado automóvel.

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