Indústria do tabaco tem impacto positivo na economia portuguesa, revela estudo do Iscte Executive Education
A indústria de tabaco em Portugal continua a ser um setor dinâmico, em crescimento nas áreas de exportações, emprego e valor acrescentado. O Iscte Executive Education apresentou a segunda edição do estudo “O impacto económico e social da indústria de tabaco em Portugal”, que aprofunda a análise deste setor, tradicionalmente relevante na economia nacional desde o século XVI.
O estudo, solicitado pela Tabaqueira, que representa 93% do valor gerado pela indústria, destaca que o setor não se limita à exportação de bens, mas também inclui serviços de elevado valor acrescentado, atraindo mão-de-obra jovem e multicultural.
Em 2023, as exportações da Tabaqueira quase atingiram os 830 milhões de euros, contribuindo positivamente para o saldo da balança comercial nacional (+539 milhões de euros) e gerando um Valor Acrescentado Bruto de 185 milhões de euros, além de 1,27 mil milhões de euros em receitas fiscais.
O estudo revela que, entre as 67.252 empresas do setor transformador, a indústria de tabaco ocupa a segunda posição em volume de negócios médio, com 254 milhões de euros, muito acima da média de outros setores. Com mais de 3.000 trabalhadores diretos e cerca de 50.000 impactados em todo o país, o setor tem uma significativa pegada social, especialmente nas Regiões Autónomas, onde a percentagem de população ativa impactada pelo setor é superior à média do Continente.
José Crespo de Carvalho, Presidente da Comissão Executiva do Iscte Executive Education, afirma que “o que vemos é uma indústria que está a saber reinventar-se. Isso é particularmente visível, naturalmente, naquele que é o grande operador deste setor, a Tabaqueira. Para um setor que tem demonstrado uma grande resiliência e muito dinamizador da economia portuguesa, essa capacidade de fazer diferente e ter uma visão com base na inovação e na sustentabilidade é vital”.
O estudo também analisou a evolução da Tabaqueira, que desde 2017 duplicou o número de trabalhadores, com a instalação de três Centros Operacionais de Excelência em Sintra. Estes centros empregaram quase 400 trabalhadores altamente qualificados, contribuindo para o aumento das exportações de serviços de elevado valor, que alcançaram 52 milhões de euros em 2023.
Marcelo Nico, Diretor Geral da Tabaqueira, refere que a empresa, por via da sua casa-mãe, a Philip Morris International, “tem investido de forma muito comprometida em Portugal, num total de 418 milhões de euros desde 1997. Uma parte muito relevante deste investimento tem sido canalizada para a instalação destes centros e departamentos globais. Por exemplo, é a partir de Sintra que opera o segundo maior IT Hub mundial do Grupo, responsável por apoiar global e transversalmente na operação, produção e comercialização dos seus produtos. A dinâmica entre os diversos centros e departamentos globais permite concretizar a transformação do nosso negócio, posicionando-nos como uma empresa tecnológica, que investe na inovação e aposta em serviços de alto valor. Enquanto empresa, permite-nos encarar com otimismo o futuro, na certeza de que estamos a contribuir para transformar este setor, mantendo o foco nas exportações e na competitividade industrial.”