A IKEA tem um novo modelo de negócio em mente: todos os artigos colocados à venda deverão poder ser reutilizados, reciclados ou concertados. Para já, a empresa sueca está a dar ainda os primeiros passos neste sentido, testando também a reação dos clientes às novas possibilidades.
No Reino Unido, a IKEA decidiu, por exemplo, comprar de volta peças de mobiliário que os clientes já não queiram. Segundo avança o The Guardian, a IKEA irá aceitar aparadores, estantes de livros, prateleiras, mesas de maior ou menor dimensão, módulos de escritório, secretárias, cadeiras ou bancos, entre outros.
Há apenas uma regra: os artigos têm de ter sido comprados na IKEA, uma vez que a ideia é fechar o ciclo dos móveis fabricados pela gigante sueca. E os clientes nem precisam de se preocupar com a desmontagem, uma vez que os artigos serão comprados tal como estão e colocados de novo à venda também dessa forma.
A mesma publicação indica que os clientes que venderem os seus artigos irão receber um cartão com o valor da transação, sendo que a IKEA está disposta a pagar até 50% do valor original. O preço final será determinado consoante o estado da peça (se tem arranhões ou alguma parte partida, por exemplo).
Estas peças serão, depois, venidas novamente em áreas especiais das lojas físicas e no markeplace online da IKEA. Hege Sæbjørnsen, Sustainability manager da IKEA para o Reino Unido e Irlanda, garante que há procura por este tipo de oferta e que as compras em segunda mão estão a deixar de ser um nicho.
«Todos os retalhistas têm de levar este movimento a sério. Temos de continuar relevantes. As empresas que não seguirem isto e que não trabalharem com os clientes não irão providenciar os serviços que os clientes pediram. É também a coisa certa a fazer», comenta a responsável.
A nova solução no Reino Unido já tinha sido testada anteriormente na Austrália e na Escócia, mas também em Portugal. Em outubro do ano passado, a IKEA lançou a iniciativa “Buy Black Friday”, através da qual era possível vender artigos em que os clientes já não estavam interessados.
«Queremos oferecer aos nossos clientes soluções e alternativas sustentáveis para os artigos que já não precisam, mesmo que tenham sido úteis, funcionais e ajudado a criar memórias ao longo dos anos», explicava Helena Gouveia, diretora de Marketing da IKEA Portugal, na altura.














