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ESI Robotics de Famalicão quer usar o digital para exportar após faturar 3 milhões de euros
A ESI Robotics, empresa de robótica e automação de Famalicão saída da Universidade do Minho, faturou mais de três milhões de euros em 2022 e está a iniciar a sua internacionalização, disse à Lusa o diretor comercial Gil Sousa.
“Houve uma mudança radical na nossa imagem corporativa, e uma das razões foi o nosso processo de internacionalização e o nosso braço digital estar a ganhar uma força muito maior”, disse à Lusa o responsável da ESI Robotics, empresa nascida em 2007.
O responsável falava concretamente dos processos de digitalização do chão de fábrica, algo que a ESI Robotics já fazia em 2017, garantindo que, em termos de inovação, agora a empresa já está “mais à frente”, com o chamado ‘digital twin’ [gémeo digital] dos produtos.
“É nós termos o chão de fábrica digitalizado e conseguirmos, no nosso computador ou no nosso telefone, ver o que está a acontecer no chão de fábrica em tempo real, mas também estamos já aqui noutro ponto, que é potenciar até a manutenção preditiva”, disse Gil Sousa à Lusa.
A manutenção preditiva consiste em conseguir “prever que alguma coisa vai acontecer antes de ela acontecer”, ou seja, “nunca chegar a ter uma paragem na linha” de produção de qualquer indústria.
A empresa, fundada por três engenheiros mecânicos ex-estudantes da Universidade do Minho sob o mote “Engenharia, Soluções e Inovação”, quer apostar também na revenda de soluções para outras empresas, após o trajeto feito na Investigação e Desenvolvimento (I&D).
“É aí que nós agora queremos apostar. Termos soluções mais standardizadas, podem ter ou não um bocadinho de customização, mas queremos que seja o mínimo possível, porque aí já nos potencia muito mais o posicionamento internacional”, explicou.
O objetivo é “manter um braço da empresa com o I&D, mas outro com os standards em que conseguimos rentabilizar e vender várias vezes a mesma coisa”, bem como a “parte do digital, que é poder oferecer só o serviço digital, ou o serviço digital já integrado”.
Para estratégia de internacionalização, Gil Sousa disse que a ESI Robotics conta ainda com novo ‘silent partner’ (parceiro silencioso), que entrou no capital da empresa mas “não pretende ser noticiado”.
O volume de faturação em 2022 rondou os três milhões de euros, tendo Gil Sousa referido que a empresa está, atualmente, mais focada na nova estratégia “do que na própria faturação”.
“O nosso objetivo, então, é realmente aumentar o volume de faturação e, mais do que isso, aumentar a rentabilidade e com um projeto internacional poder levar isto para outros patamares”, disse à Lusa.
Em anos anteriores, com a atividade na I&D e praticamente apenas no mercado nacional, a faturação da empresa alcançou os seis e sete milhões de euros, beneficiando da “proximidade geográfica” com os clientes, que é “é uma vantagem muito grande” quando se faz I&D “puro e duro”.
A empresa está também envolvida nas agendas mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) INOV-AM, liderado pela Erofio (da Batalha, distrito de Leiria), e o TexP@ct, da indústria têxtil, liderado pela Impetus, de Barcelos (distrito de Braga).
A empresa trabalha também com grupos como a Continental, IKEA, Prozis, Polisport, SLM, Amorim, Faurecia, ou Cordex.