Da Lego à Ikea: Qual o segredo do sucesso das empresas nórdicas?

As empresas nórdicas continuam a surpreender o mundo, com a Dinamarca a liderar o caminho com gigantes como Carlsberg, Lego e Novo Nordisk.

Os países nórdicos, incluindo Suécia, Noruega e Finlândia, representam apenas 1% do PIB mundial e 0,3% de sua população, mas produziram uma série impressionante de empresas de sucesso. Exemplos incluem a Lego, maior fabricante de brinquedos, a IKEA, gigante dos móveis, e a Nokia, líder em telecomunicações por muitos anos. O crescimento e a competitividade das empresas nórdicas estendem-se desde fabricantes de equipamentos até empresas de tecnologia, como Spotify e Klarna.

Nos últimos dez anos, as empresas nórdicas superaram as suas concorrentes europeias, gerando retornos mais elevados para os acionistas e representando agora 13% do MSCI Europe. Comparadas com os seus rivais globais, as empresas nórdicas geraram margens operacionais e retornos sobre capital investido significativamente superiores. No entanto, nem todas têm sido bem-sucedidas, como o caso da Northvolt, que entrou em falência recentemente.

A explicação para o sucesso nórdico está em vários fatores, explica o ‘The Economist’. Primeiramente, a mentalidade internacional dos empresários nórdicos, que procuram expandir as suas operações globalmente, é um dos principais impulsionadores. Além disso, a adoção precoce de tecnologias inovadoras, como a mudança para plásticos pela Lego após a Segunda Guerra Mundial, ajudou as empresas da região a manterem-se competitivas.

Outro fator importante é o apoio governamental, que facilita o ambiente de negócios. A Dinamarca, em particular, destaca-se pela facilidade de fazer negócios, com um ambiente regulatório favorável.

A paciência dos acionistas também contribui para o sucesso. A McKinsey revela que muitas das empresas nórdicas têm proprietários de longo prazo, o que permite uma maior estabilidade e capacidade de investir no sucesso a longo prazo. Como resultado, essas empresas investem mais em pesquisa e desenvolvimento do que suas rivais internacionais.

Porém, o sucesso não vem sem desafios. As empresas nórdicas, com sua forte presença internacional, estão expostas a riscos geopolíticos, como foi o caso da Carlsberg e Maersk, que enfrentaram dificuldades com a Rússia e o Mar Vermelho, respetivamente. Além disso, a crescente tensão comercial global pode afetar os negócios nórdicos, principalmente com a possível volta de políticas protecionistas nos EUA.