Nos últimos dias os EUA têm vivido um inferno gelado, devido a um fenómeno de ‘ciclone-bomba’, que está a causar temperaturas negativas, neve e rajadas de vento muito fortes, em todo o território. Contam-se pelo menos 17 mortos, com os termómetros a descerem abaixo dos -40ºC em algumas regiões. Voos cancelados, estradas cortadas, cortes de eletricidade, o cenário é de caos com os EUA sob alerta. Mas este fenómeno já ocorreu também em Portugal.
Em que consiste um ciclone-bomba?
O fenómeno, também conhecido por “ciclogénese explosiva”, que afeta os EUA, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia, ocorre devido a passagem de uma massa de ar ártico. Segundo explica ao IPMA ao Público “caracteriza-se por um decréscimo muito acentuado na pressão atmosférica no centro de uma depressão, num curto intervalo de tempo”, ou seja, consiste na formação de uma tempestade de forma subida, em que a pressão meteorológica baixa rapidamente num período curto. Esta situação gera condições meteorológicas severas, como ventos muito fortes, agitação marítima e chuvas intensas. O fenómeno da ciclogénese ocorre quando se cria uma zona de depressão, e caracteriza-se como “explosiva” quando a pressão baixa de forma muito rápida e abrupta.
Não é um fenómeno raro, em Janeiro tinha ocorrido outro semelhante mas, nos UA, o que se verifica é que as temperaturas são extremamente baixas e o mau tempo manifesta-se de forma muito intensa, coincidindo com a época festiva, o que afetou a vida de muitas famílias que planeavam viajar nesta altura.
Casos verificados em Portugal
Já se verificou q ocorrência deste fenómeno de ciclone-bomba em Portugal, mas não se verificaram os mantos brancos de neve que vemos nos EUA ou Canadá. Quando ocorrem em Portugal, geram ventos fortes e agitação marítima, principalmente.
O IPMA assinala com destaque, especificamente, um caso ocorrido a 15 de fevereiro de 1941, que ficou conhecido como ‘o ciclone de 1941’. Coimbra foi das localidades mais afetadas pela baixa de pressão rápida em 24 horas. Os ventos chegaram aos 129 km/h em Lisboa e 167 km/h no Porto. As grandes ondas no mar tiveram efeitos no rio Tejo, que acabou por galgar para terra, resultando na morte de cerca de 200 pessoas.
O mais recente episódio de um ciclone-bomba em Portugal ocorreu em 2013, com ventos de mais de 200 km/h e ondas de quase 20 metros na Nazaré.
Contam-se ainda ocorrências em novembro de 1997, dezembro de 2000 e dezembro de 2009.
